"Continuamos a assistir a uma precariedade nos serviços da Segurança Social", afirmou à agência Lusa o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana, adiantando que se conseguiu, com a "intervenção dos sindicatos e a luta dos trabalhadores", que "215 trabalhadores não fossem despedidos em dezembro do ano passado".
E prosseguiu: "Viram o seu contrato prorrogado por quatro anos, mas não deixa por causa disso de ser precário".
O sindicalista referiu ainda que se está a falar de trabalhadores que "desempenham funções essenciais" à prestação de serviços da Segurança Social e que é "importante que integrem, de uma vez por todas, os quadros", já que o trabalho que estão a fazer "não é precário", pois a "necessidade existe diariamente".
Neste plenário/concentração, onde se assinalou também o Dia Mundial da Segurança Social, que decorreu no domingo, os trabalhadores empunhavam uma faixa onde se podia ler: "Dia Mundial da Segurança Social -- Fim da Precariedade -- Valorização das Carreiras".
Entretanto, outros trabalhadores seguravam cartazes onde podia ler-se "Em defesa da Segurança Social!", "Empobrecer a trabalhar, não!" e "Exigimos vínculo efetivo".
Presente na ocasião, Isabel Quintas, aposentada, que trabalhou cerca de 40 anos na Segurança Social, disse à Lusa que estava "em solidariedade" para com os seus colegas no ativo.
Esta antiga trabalhadora do Centro Nacional de Pensões advertiu para o facto de os colegas terem "todas as razões do mundo para lutarem", pois "são mal pagos", "têm demasiado trabalho e as aposentações têm sido imensas" e o trabalho "tem sido cada vez mais e tem sido redistribuído por aqueles que vão ficando".
O coordenador da Frente Comum destacou ainda o facto de esta ser uma "altura em que se discute o Orçamento do Estado para 2022 e em que é muito importante ter em consideração o reforço dos serviços públicos", entre eles os serviços de Segurança Social.
"Como sabemos, de há muitos anos a esta parte, os serviços da Segurança Social têm "um défice de pessoal", o qual é "assumido muitas vezes" pelos próprios serviços, adiantou.
"Haja vontade de alterar [esta situação], porque condições e meios financeiros há, assim sejam disponibilizados para isso!", afirmou Sebastião Santana.
"Nos somos contra aquilo que é a externalização de serviços na Administração Pública", disse o dirigente sindical, indicando que a Frente Comum defende que se desenvolvam algumas áreas e se permita "essa internalização, com custos muito mais baixos para o erário público".
A Frente Comum é a "favor de contas certas, mas contas certas a favor do investimento também e não apenas em relação àquilo que são as imposições a União Europeia", acrescentou.
No final disse que a Frente Comum vai realizar uma manifestação em 20 de maio, que será o dia de "Luta Nacional".
A concentração irá ocorrer na Presidência do Conselho de Ministros, em Lisboa, às 15:00, sendo acompanhada de greves de 24 horas, em que será reivindicado o aumento geral dos salários e dignificação das carreiras.
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