Gentiloni: Projeções para Portugal são "realmente boas" (e turismo ajuda)
O comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, considerou hoje que a reabertura do turismo externo contribui para a projeção de um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal este ano de 5,8%, o mais alto da União Europeia.
© Alexandros Michailidis/SOOC/Bloomberg via Getty Images
Economia Gentiloni
Na conferência de imprensa de apresentação das previsões económicas da primavera da Comissão Europeia, em Bruxelas, Gentiloni comentou que as projeções para Portugal são "realmente boas, tanto para o crescimento, como em relação ao rácio da dívida face ao PIB, que em 2023 deverá atingir 115%, o que fica abaixo do nível pré-pandemia".
Admitindo que a previsão de forte crescimento da economia portuguesa para este ano, a mais elevada entre os 27 Estados-membros da União, se deve também ao facto de Portugal não ter crescido "de forma tão forte em 2021 em comparação com outros países" - o PIB português cresceu 4,9% no ano passado, abaixo da média europeia de 5,4% -, o comissário europeu destacou então igualmente o papel do regresso em força dos turistas estrangeiros, depois de dois anos de pandemia da covid-19.
"Penso que a reabertura do turismo para um país maioritariamente baseado em turismo externo do que interno também teve um papel importante", disse.
A Comissão Europeia reviu hoje em alta de 0,3 pontos percentuais (p.p.) o crescimento económico esperado para Portugal este ano, para 5,8%, apesar dos desafios externos, segundo as previsões macroeconómicas de primavera hoje divulgadas.
Este é o valor mais elevado entre os 27 Estados-membros da UE, seguido da Irlanda (5,4%), e muito acima da média do bloco europeu e da zona euro, ambos com projeções de crescimento de apenas 2,7% este ano.
Bruxelas prevê que o PIB de Portugal cresça 5,8% em 2022, quando em fevereiro esperava uma expansão de 5,5%, com o setor dos serviços, particularmente o turismo estrangeiro, a recuperar fortemente face a uma base baixa.
O relatório da Comissão Europeia assinala que "as perspetivas de crescimento permanecem favoráveis, apesar dos desafios relacionados com os preços das 'commodities', das cadeias de abastecimento globais e maior incerteza na procura externa".
Refletindo a melhoria das condições económicas, o executivo comunitário vê o rácio da dívida pública face ao PIB a cair de 127,4% em 2021 para 119,9% do PIB em 2022, e para 115,3% em 2023, ano em que se fixaria abaixo do nível pré-pandemia.
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