Wall Street fecha em forte baixa perante receios com políticas da Reserva
A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em forte baixa, com os investidores preocupados com a possibilidade da Reserva Federal dos Estados Unidos manter a sua política agressiva de elevação das taxas de juro e os efeitos das medidas na economia.
© Lusa
Economia Wall Street
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 1,91%, registando o pior dia desde meados de junho.
O Dow Jones caiu 643,13 pontos, para 33.063,61, enquanto o seletivo S&P 500 caiu 2,14% para 4.137,99.
Já o tecnológico Nasdaq Composite Market caiu 323,64 pontos para 12.381,57.
As quebras de hoje ocorrem depois de Wall Street ter terminado na semana passada o bom período que atravessava, onde acumulou quatro semanas consecutivas de ganhos, recuperando assim parte do terreno perdido no primeiro semestre do ano.
As ações nova-iorquinas subiram entre meados de julho e meados de agosto devido às expectativas de que a inflação tinha atingido o pico e que isso permitiria à Reserva Federal norte-americana (Fed) optar por uma política menos agressiva.
No entanto, nas últimas mensagens que foram divulgadas pelo banco central norte-americano, fica claro que será necessário continuar a subir as taxas de juros, o que esfriou o ânimo dos investidores, que temem o efeito de que um alto preço do dinheiro pode ter no crescimento económico e nos resultados empresariais.
O mercado de ações aguarda com atenção os comentários que o presidente da Fed, Jerome Powell, fará esta sexta-feira durante um simpósio económico Jackson Hole (Wyoming, EUA).
Muitos analistas preveem um mercado particularmente volátil até sexta-feira.
"A volatilidade aumentou à medida que os investidores estão cada vez mais nervosos com o que podem ouvir das autoridades no próximo simpósio de Jackson Hole do Fed", salientou Jeffrey Roach, economista-chefe da LPL Financial.
Já Tom Martin, gestor de carteiras na Global Investments, alertou que após um período de ganhos "há motivos para não ter a certeza para onde se está a ir a partir daqui".
"Ainda há um potencial muito grande para uma recessão", frisou.
As maiores perdas de hoje registaram-se entre aqueles que mais beneficiaram nas últimas semanas, como as empresas de produtos não essenciais (-2,84%) e empresas de tecnologia (-2,78%), embora a quebra tenha afetado todos os setores.
As quebras atingiram as 30 empresas listadas no Dow Jones, com as maiores perdas a registarem-se para a Intel (-4,35%), Salesforce (-3,64%) e Disney (-3,46%).
O 'crash' mais significativo do dia ocorreu na cadeia de cinemas AMC, que se 'afundou' quase 42% depois do seu grande rival, o grupo britânico Cineworld, ter alertado na semana passada para uma possível falência.
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