O presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, alertou, esta segunda-feira, que as famílias e empresas estão a "resistir", mas com "enormes dificuldades de tesouraria", sublinhando que há Estados-membros que já vão no terceiro pacote de ajudas económicas, enquanto Portugal prepara o primeiro.
"Estamos a somar crise após crise. Há dois anos que estamos com a crise Covid, há seis meses que estamos com a guerra e os seus nefastos efeitos para uns e para outros e, por isso, não compreendemos como é que há Estados-membros que já vão no terceiro pacote de ajuda para famílias e empresas, o Estado português prepara-se para anunciar um primeiro pacote seis meses depois", disse António Saraiva em declarações à SIC Notícias.
Na opinião do presidente da CIP, "isto leva a que as famílias, por um lado, e as empresas, por outro, estejam a resistir", mas com "enormes dificuldades de tesouraria, porque estamos a falar em aumentos, por exemplo, do gás natural de 680%".
O Governo reúne-se hoje em Conselho de Ministros extraordinário para aprovar um pacote de medidas de apoio ao rendimento das famílias que visa responder ao contexto atual de inflação e aumento do custo de vida.
Esta semana, durante a sua visita oficial a Moçambique para a V Cimeira Luso-Moçambicana, quando questionado, o primeiro-ministro remeteu a divulgação das medidas para hoje afirmando que "a força vem da calma".
António Costa defendeu que "é necessário assegurar que quer as famílias, quer as empresas têm condições de enfrentar esta situação", salientando que, em relação às empresas, só depois do Conselho de Ministros da Energia da União Europeia agendado para dia 09 é que fará sentido tomar medidas.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse este fim de semana que o pacote de medidas que o Governo irá apresentar deve ser urgente, flexível e dirigido aos mais carenciados, mas também à classe média.
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