Portugal vai "deixar posição de 3.º país com a dívida pública mais alta"

Fernando Medina recordou que Portugal tem sido alvo de uma "melhoria dos ratings" atribuídos "por parte das agências" responsáveis por essa avaliação.

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Ema Gil Pires
03/11/2022 17:55 ‧ 03/11/2022 por Ema Gil Pires

Economia

Dívida pública

O ministro das Finanças, Fernando Medina, garantiu esta quinta-feira, em declarações aos jornalistas, que é agora "certo" que o país acabará o ano "com uma dívida de cerca de 115% do PIB", o que equivale a "uma das maiores reduções da dívida pública de todo o mundo".

"No final de 2022, nós vamos deixar a posição de terceiro país com a dívida mais elevada da zona euro, e vamos entrar no pelotão onde está Espanha, França e Bélgica", que se seguem a Portugal na lista dos países com a maior dívida pública da zona euro, assegurou o governante, citando as contas recentes do executivo socialista.

O responsável máximo pela pasta das Finanças lembrou ainda como, "há mais de seis meses atrás, na apresentação do OE2022", destacou que Portugal precisava de ter "uma estratégia muito assertiva para a redução da dívida pública, precisamente porque já se antevia que viéssemos a ter uma subida nas taxas de juros. E foi isso que fizemos", acrescentou.

Na perspetiva do ministro, essa opção foi de uma "grande importância", "por causa dos juros que pagaremos a menos do que se tivéssemos uma dívida mais alta, mas também pela confiança que isso gera relativamente à credibilidade da nossa política económica e financeira".

Ressalvando, a este propósito, que o país tem sido, efetivamente, alvo de uma "melhoria dos ratings" atribuídos "por parte das agências" responsáveis por essa avaliação, Fernando Medina considerou que esta conquista será "da maior importância para o país, para as empresas e para as famílias".

Na ótica de Fernando Medina, o "país percebe hoje melhor a aposta que fizemos na redução do défice e da dívida, porque isso ajuda à credibilidade do país num momento em que os juros sobem. E no momento em que o dinheiro ficará mais escasso para aplicação em dívida dos países soberanos, aqueles países que conseguirem ter uma credibilidade e uma reputação reforçada sair-se-ão melhor".

Questionado pelos jornalistas sobre se o Governo efetuou uma revisão em alta da previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano para os 6,7%, após a proposta de Orçamento do Estado para 2023 ter avançado que o mesmo deveria ficar-se pelos 6,5%, o governante admitiu que existem "projeções já diferentes acerca do crescimento da economia portuguesa".

"As previsões do Governo não são, aliás, as mais otimistas relativamente ao crescimento para este ano, mas veremos o que nos reserva o 4.º trimestre", explicou ainda o ministro Fernando Medina.

No que diz respeito a esta temática do crescimento, o responsável pela pasta das Finanças destacou que a "perspetiva" do Governo passa, no entanto, para que o país tenha, este ano, efetivamente, "o maior crescimento entre todos os países da zona euro". 

"Acabámos de ter os resultados relativos ao 3.º trimestre, que ultrapassaram também as nossas expectativas. Estamos confiantes relativamente ao desempenho do 4.º trimestre da economia", assegurou.

Porém, apesar de todos estes "sinais de confiança", Fernando Medina fez questão de relembrar os "desafios" que são esperados para a economia portuguesa no ano de 2023 - "nomeadamente, o abrandamento de alguns dos principais parceiros comerciais; a manutenção, ainda, de um conflito, sem fim à vista, resultante da invasão da Ucrânia pela Rússia; e ainda os preços muito elevados dos combustíveis e da energia". O ministro garantiu, assim, que o OE2023 "dá resposta" a todos estes desafios.

"Nós temos um Orçamento que está preparado para o apoio às famílias, com uma significativa diminuição fiscal para muitos segmentos e com apoios a vários extratos de famílias, apoios transversais para a redução dos custos com a energia, nomeadamente em empresas altamente consumidoras de energia e também às famílias. E, por isso, temos um Orçamento que está preparado e em que fizemos, também, o nosso trabalho de casa neste contexto de subida dos juros", referiu ainda o ministro.

O Orçamento de Estado para 2023 já foi aprovado na generalidade, após ter sido debatido na Assembleia da República nos dias 26 e 27 de outubro. A votação final global do diploma da proposta do Governo está agora marcada para 25 de novembro.

Leia Também: Dívida pública acelera para 279,8 mil milhões em setembro

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