Lucro da Jerónimo Martins sobe 27,5% em 2022 para 590 milhões
O lucro da Jerónimo Martins subiu 27,5% no ano passado, face a 2021, para 590 milhões de euros, divulgou hoje a dona do Pingo Doce, e as vendas progrediram mais de 21%.
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Economia Jerónimo Martins
"Em 2022, o resultado líquido do grupo incorpora a atribuição de 289 milhões de euros em reconhecimentos e prémios dos seus colaboradores em Portugal, na Polónia e na Colômbia, um aumento de 33% face a 2021", refere o grupo liderado por Pedro Soares dos Santos, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
No ano passado, as vendas cresceram 21,5% para 25.385 milhões de euros e o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) aumentou 17% para 1.854 milhões de euros.
Na Polónia, as vendas da cadeia de supermercados Biedronka, em moeda local, cresceram 24,1%, com um LFL ['like-for-like', ou seja, vendas em lojas que operaram sob as mesmas condições no período em análise] de 20,6%. Em euros, as vendas atingiram 17,6 mil milhões de euros, mais 20,9% do que em 2021.
O EBITDA cresceu 15% para 1.540 milhões de euros e teve um investimento de 485 milhões de euros.
"A Biedronka terminou 2022 com mais de 145 lojas do que no ano anterior (157 aberturas e 12 encerramentos), 367 remodelações de loja concluídas e um novo centro de distribuição", refere o grupo.
"Para chegar ainda mais perto dos seus clientes e melhorar a sua experiência de compra, a Biedronka planeia adicionar entre 130 e 150 localizações líquidas à sua rede de lojas e remodelar cerca de 350 localizações, tirando partido das oportunidades existentes no mercado", avança a empresa.
A cadeia de lojas de saúde e bem-estar polaca Hebe registou uma evolução das vendas, em moeda local, de 32,2%, com um LFL de 24,8%.
"Em euros, as vendas ascenderam a 358 milhões de euros, 28,7% acima" do ano anterior, lê-se no comunicado.
O canal 'online' "registou um forte desempenho e, no ano, representou cerca de 14% das vendas", adianta.
"O bom ritmo de desenvolvimento das vendas impulsionou o EBITDA a crescer para 32 milhões de euros (25 milhões de euros em 2021), com a respetiva margem a cifrar-se em 9,0%, em linha com 2021, apesar dos custos associados ao lançamento da operação internacional".
No ano passado, a Hebe abriu 30 lojas (24 adições líquidas) "e começou a sua expansão internacional, com a abertura das operações 'online' na Chéquia, em novembro, e na Eslováquia, em dezembro".
Este ano, a Hebe "centrará o seu esforço de crescimento no canal de 'e-commerce', através do qual se espera que a presença internacional ganhe relevância" e "mantendo a sua aposta na estratégia omnicanal, a insígnia prevê manter o seu ritmo de aberturas (cerca de 30 lojas)".
Em Portugal, "a pressão da subida generalizada dos preços impactou de imediato o rendimento disponível das famílias, levando à retração do consumo alimentar, com consequente queda dos volumes, e a uma tendência de 'trade down', que se intensificou ao longo do ano".
Além disso, "a forte recuperação do turismo propiciou um sólido desempenho do canal HoReCa [Hotéis, Restaurantes e Cafés]".
A cadeia de supermercados Pingo Doce registou uma evolução de 11,2% das vendas com um LFL de 9,4%, excluindo combustível, para os 4,5 mil milhões de euros.
No ano passado, o Pingo Doce abriu 10 novas lojas (sete adições líquidas), remodelou 37 localizações, incluindo três 'liftings'.
A cadeia grossista Recheio "alavancou na sua competitividade e beneficiou da expressiva evolução do canal HoReCa, que acompanhou a recuperação do turismo em Portugal", com as vendas a subirem "27,7% em relação a um período ainda impactado pelas restrições em contexto pandémico e totalizaram 1,2 mil milhões de euros".
Em setembro, o grupo abriu "uma nova e importante loja em Cascais, com um novo conceito focado no canal HoReCa".
O EBITDA da Distribuição Portugal cifrou-se em 323 milhões de euros, 12,6% acima do ano anterior, com a respetiva margem a situar-se nos 5,7% (5,8% em 2021), enquanto no "Pingo Doce, a margem EBITDA foi de 5,9% versus 6,0% em 2021, com o desempenho das vendas a mitigar os efeitos do investimento em preço, do 'trade down' no 'mix' de margem e da inflação nos custos".
O Pingo Doce teve um investimento de 195 milhões de euros e o Recheio de 48 milhões.
Na Colômbia, a cadeia de supermercados Ara registou um "forte crescimento de 62,1% das vendas em moeda local (60,5% em euros), "que incorporou um LFL de 35,7% e um contributo significativo da expansão".
Este desempenho "traduz a afirmação crescente da Ara como um operador de referência no mercado colombiano".
A empresa "acelerou o plano de expansão, tendo finalizado o ano com mais 274 localizações do que no anterior e a operar um total de 1.093 lojas".
O EBITDA da Ara ascendeu a 60 milhões de euros, "que comparam com 26 milhões de euros em 2021", sendo que o crescimento das vendas "mais do que compensou o investimento em posicionamento de preço e os efeitos do 'trade down' que se agravou substancialmente ao longo do ano".
Na Ara, o investimento foi de 156 milhões de euros.
"O programa de investimento atingiu 1.013 milhões de euros no período, dos quais 48% foram canalizados para a Biedronka", refere a Jerónimo Martins.
Em 2022, "o valor dos apoios concedidos, em dinheiro e em géneros, ultrapassou os 82 milhões de euros, mais 32% do que em 2021, incluindo os donativos concedidos às organizações que auxiliaram no terreno os cidadãos ucranianos deslocados após a invasão do seu país pela Federação Russa", aponta a dona do Pingo Doce.
[Notícia atualizada às 20h35]
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