Jerónimo Martins absorveu "parte dos aumentos de preço"
O presidente da Jerónimo Martins diz que o grupo absorveu "parte dos aumentos de preço" para "não transferir os incrementos registados" no consumidor, e que a inflação nos mercados onde opera é mais persistente do que o esperado.
© Jerónimo Martins
Economia Jerónimo Martins
"Na sequência das dificuldades que antecipámos no início do ano transato, fomos fiéis ao compromisso então assumido de fazermos a nossa parte para contribuir para a contenção da inflação alimentar", afirma Pedro Soares dos Santos, citado no comunicado dos resultados de 2022.
"Fizemo-lo absorvendo parte dos aumentos de preço apresentados pelos nossos fornecedores, por forma a não transferir todos os incrementos registados ao nível do custo das mercadorias compradas para o aumento dos preços de venda ao consumidor", acrescenta o presidente e administrador-delegado do grupo que detém o Pingo Doce e o Recheio, entre outras insígnias.
O lucro da Jerónimo Martins subiu 27,5% no ano passado, face a 2021, para 590 milhões de euros, e as vendas cresceram 21,5% para 25.385 milhões de euros.
"Não tenho dúvidas de que foi a determinação com que as nossas companhias se empenharam na defesa dos preços baixos e investiram em campanhas promocionais relevantes e com valor para as famílias que tornaram possível protegermos os volumes e a rentabilidade do grupo", salientou Pedro Soares dos Santos.
O presidente da Jerónimo Martins, grupo que está presente nem Portugal, na Polónia e na Colômbia, destacou ainda o facto de a inflação nestes mercados ser mais persistente do que o esperado em 2022.
"Volvidos quase três meses desde o início de 2023, a inflação, nos países onde operamos, dá sinais de ser mais persistente do que no final de 2022 se esperava, reduzindo a confiança dos consumidores e o poder de compra das famílias, e continuando a pressionar os nossos custos e margens", afirma.
"Cientes da inegável exigência do contexto, estamos confiantes que o trabalho das nossas equipas e a solidez do nosso balanço nos colocam numa posição relativa vantajosa para responder com assertividade às necessidades de um consumidor ainda mais sensível ao preço", sublinha o gestor.
Pedro Soares dos Santos salienta que 2022 foi "um ano marcado por particular incerteza e elevada pressão" e que "os consumidores reconheceram, uma vez mais, o valor" das propostas do grupo, "nomeadamente o investimento em preço, e reforçaram a confiança nas nossas insígnias".
À disrupção das cadeias internacionais de abastecimento provocada pela pandemia de covid-19, acrescentou, somou-se a "trágica guerra na Ucrânia, fazendo emergir uma crise alimentar e energética e espoletando uma inflação persistente".
No ano passado, "continuámos também a investir na expansão e na melhoria da nossa presença em cada um dos mercados em que operamos, entrando em 2023 com um forte momentum de vendas".
E remata: "No ano em que Jerónimo Martins celebrou 230 anos de atividade comercial, formalizámos os valores que nos conduzem na nossa história de crescimento" e "mantivemos também a nossa visão de longo prazo e o compromisso firme dos nossos negócios com a sustentabilidade e a criação de valor e prosperidade, partilhados por todos os que connosco se relacionam".
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