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Saída de ex-administradora da TAP? "Foi vontade da CEO"

Alexandra Reis disse hoje não ter dúvidas que foi a vontade da CEO da TAP que levou à sua saída, embora tenha dúvidas quanto às razões, e que o então secretário de Estado Miguel Cruz ficou "muito surpreendido".

Saída de ex-administradora da TAP? "Foi vontade da CEO"
Notícias ao Minuto

18:28 - 05/04/23 por Lusa

Economia TAP

"Não tenho dúvidas que foi a vontade da CEO, esta é a minha convicção pessoal, a CEO queria que eu saísse da empresa. Confesso que tenho dúvidas sobre os motivos", afirmou a ex-administradora da companhia aérea, em resposta ao deputado da IL Bernardo Blanco, na comissão de inquérito à TAP, que questionou sobre os motivos para a sua saída da empresa.

Alexandra Reis disse que não ficou claro, para si, na altura, as razões para a presidente executiva, Christine Ourmières-Widener, querer que a então administradora cessasse todas as funções que desempenhada na TAP e adiantou que, num telefonema cordial com o então secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz, este pareceu-lhe "muito surpreendido" com a sua saída.

"Entretanto li o relatório da IGF, onde li divergências irreconciliáveis, ontem [terça-feira] ouvi falar de organização, ouvi falar de perfil, por isso para mim não são claras as razões. O que posso dizer é que, relativamente à minha atuação na empresa, sempre tive uma relação cordial e de trabalho com todos os membros do Conselho de Administração e da Comissão Executiva, que me parece normal que haja algumas diferenças de opiniões sobre alguns assuntos, parece-me até salutar, [...] sempre o fiz de forma muito construtiva", salientou.

A ex-secretária de Estado disse não considerar "de todo verdade" que aquelas divergências tivessem que ver com o plano de reestruturação, sublinhando que participou na sua elaboração.

No entanto, admitiu ter expressado preocupações sobre a operacionalização de um aumento de 30% das receitas e que não acreditava que fosse possível voar toda a capacidade inscrita no plano, revista em alta em dezembro de 2021.

"Tinha havido uma alteração ao plano de reestruturação que me deixava preocupada e que, por isso, eu de forma muito transparente e entendendo que eram aqueles os meus deveres e responsabilidades, naturalmente, levantei as minhas dúvidas e deixei claro que a empresa tinha de ter um mecanismo de flexibilidade e gestão de risco adequados", explicou.

Alexandra Reis protagoniza a polémica que estalou no Natal, quando era secretária de Estado de Tesouro e o Correio da Manhã noticiou que tinha recebido uma indemnização de meio milhão de euros para sair da TAP, onde era administradora, dois anos antes do previsto.

Depois de deixar a companhia aérea, em fevereiro de 2022, a ex-governante assumiu a presidência do Conselho de Administração da NAV Portugal -- Navegação Aérea, antes de ser nomeada pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, para secretária de Estado.

De acordo com a presidente executiva da companhia aérea, Christine Oumières-Widener, que foi ouvida na comissão de inquérito na terça-feira, a iniciativa para a saída de Alexandra Reis partiu da TAP, por desalinhamento de opiniões para a execução do plano de reestruturação da empresa.

Na sequência das conclusões da auditoria da Inspeção-Geral de Finanças (IGF), o Governo ordenou a restituição de grande parte do valor da indemnização, que Alexandra Reis disse devolver por vontade própria, embora discorde do entendimento da IGF, de que houve falhas graves no processo.

Leia Também: Ex-administradora da TAP foi convidada a sair "em reunião muito curta"

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