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Alexandra Reis teria renunciado se Governo tivesse dito que "preferia"

Alexandra Reis disse hoje que teria renunciado aos cargos na TAP, sem contrapartida, se o ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, ou o ex-secretário de Estado, Hugo Mendes, lhe tivessem dito que preferiam que renunciasse.

Alexandra Reis teria renunciado se Governo tivesse dito que "preferia"
Notícias ao Minuto

20:57 - 05/04/23 por Lusa

Economia TAP

"Se na altura o senhor ministro, ou o senhor secretário de Estado me tivessem dito que preferiam que eu renunciasse, eu teria renunciado, sem contrapartida", afirmou a ex-administradora da TAP, em resposta ao deputado socialista Hugo Costa, na comissão de inquérito à companhia aérea.

A também ex-secretária de Estado disse que sentiu sentido de urgência por parte da presidente executiva, Christine Oumières-Widener, relativamente à sua saída, admitindo que, na altura, fez uma "leitura totalmente pessoal" para aquela urgência: "porque ia haver eleições e ela não sabia qual era o resultado das eleições".

Alexandra Reis disse ainda que foram contratados novos quadros para a companhia aérea, com melhores condições, que "não escondiam" proximidade à presidente executiva.

Questionada sobre as nacionalidades, Alexandra Reis respondeu que eram franceses.

"Alguns diretores para algumas áreas eram relativamente transparentes no tipo de relação que tinham com a CEO. [...] Penso que era franceses", afirmou.

Já questionada sobre se a razão para Oumières-Widener querer que deixasse a TAP se prendia com a rejeição de uma proposta comercial apresentada à TAP por uma empresa do marido da CEO, Alexandra Reis disse não ter "nenhuma evidência disso" e que o assunto nunca foi discutido com a presidente executiva.

Alexandra Reis protagoniza a polémica que estalou no Natal, quando era secretária de Estado de Tesouro e o Correio da Manhã noticiou que tinha recebido uma indemnização de meio milhão de euros para sair da TAP, onde era administradora, dois anos antes do previsto.

Depois de deixar a companhia aérea, em fevereiro de 2022, a ex-governante assumiu a presidência do Conselho de Administração da NAV Portugal -- Navegação Aérea, antes de ser nomeada pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, para secretária de Estado.

De acordo com a presidente executiva da companhia aérea, Christine Oumières-Widener, que foi ouvida na comissão de inquérito na terça-feira, a iniciativa para a saída de Alexandra Reis partiu da TAP, por desalinhamento de opiniões para a execução do plano de reestruturação da empresa.

Na sequência das conclusões da auditoria da Inspeção-Geral de Finanças (IGF), o Governo ordenou a restituição de grande parte do valor da indemnização, que Alexandra Reis disse devolver por vontade própria, embora discorde do entendimento da IGF, de que houve falhas graves no processo.

Leia Também: TAP. Alexandra Reis assume que indemnização pedida era muito expressiva

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