FMI/Previsões. Inflação em São Tomé e Príncipe continua nos 18% este ano
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a inflação em São Tomé e Príncipe continue perto de 18%, com o crescimento económico a ficar-se nos 2% este ano, melhorando depois para 2,5% em 2023.
© Lusa
Economia FMI
No relatório sobre a África subsaariana, divulgado hoje no âmbito dos Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial, que decorrem esta semana em Washington, o FMI estima que a subida dos preços para os consumidores seja de 17,9% este ano, em linha com os 18% registados no ano passado, e prevê que a inflação abrande significativamente, para 7,3%, no próximo ano.
Os dados constam da tabela com as previsões macroeconómicas para os países da região, hoje divulgada, e na qual se mostra que o Fundo prevê uma aceleração do crescimento económico do arquipélago, que deverá passar dos 0,9% registados no ano passado para 2% este ano e 2,5% em 2024, o que é marcadamente menor que os 4% registados, em média, entre 2011 e 2019.
Relativamente ao rácio da dívida pública sobre o Produto Interno Bruto (PIB), o FMI prevê uma melhoria neste indicador, que deverá estabilizar abaixo dos 55% neste e no próximo ano, bem melhor do que os 81,3% registados, em média, durante a década passada.
O FMI defende que os países da África subsaariana devem melhorar a gestão financeira, conter a inflação, permitir ajustamentos cambiais e garantir que as alterações climáticas não afastam verbas das despesas básicas.
No relatório sobre a região, divulgado hoje no âmbito dos Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial, que decorrem esta semana em Washington, o Fundo elenca quatro prioridades para os governos africanos tentarem ultrapassar os desequilíbrios macroeconómicos num contexto de limitações no financiamento.
"Consolidar as finanças públicas e fortalecer a gestão financeira pública num contexto de difíceis condições de financiamento vai depender de uma contínua mobilização dos recursos, melhor gestão dos riscos orçamentais e uma gestão a dívida que tem de ser mais proativa", escrevem os peritos do Fundo no relatório, que prevê um crescimento de 3,6% para a África subsaariana este ano e 4,2% em 2024, e que tem como título 'O Grande Aperto no Financiamento'.
A segunda das quatro prioridades tem a ver com a inflação, que subiu para 105 no ano passado e deverá abrandar para cerca de metade este ano: "A política monetária tem de ser cautelosamente dirigida até a inflação estar firmemente numa trajetória descendente e em linha com as metas do banco central", lê-se no relatório.
Permitir a flutuação da taxa de câmbio, e ao mesmo tempo mitigar os efeitos adversos na economia, "incluindo o aumento da inflação e da dívida devido a depreciações na moeda" é a terceira tarefa prioritária dos governos da África subsaariana, uma região onde o FMI tem em curso mais de 20 programas de assistência financeira, quase metade dos total dos 54 países da região.
O financiamento climático é a última das áreas prioritárias de ação, na qual o FMI defende que "as alterações climáticas e o financiamento para as combater e mitigar não devem afastar despesa das necessidades básicas", exemplificando com a saúde e a edução.
PAÍS ....................PIB................INFLAÇÃO................RÁCIO DÍVIDA/PIB Angola....................3,5...............11,7.............................63,3 Cabo Verde................4,4................4,5............................120,2 Guiné-Bissau..............4,5................5,0.............................76,5 Guiné Equatorial.........-1,8................5,7.............................26,4 Moçambique................5,0................7,4............................102,8 São Tomé e Príncipe.......2,0...............17,9.............................54,8 Média da região...........3,6...............14,0.............................55,5 Fonte: Previsões para este ano do SSA Regional Economic Outlook, abril de 2023
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