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"É um mercado pequeno, com uma porta de entrada muito estreita"

A Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA) defendeu que o mercado nacional é pequeno e que tem "uma porta de entrada muito estreita", pedindo investimento nas exportações do setor, que poderão atingir 10.000 milhões de euros até 2026.

"É um mercado pequeno, com uma porta de entrada muito estreita"
Notícias ao Minuto

09:28 - 18/09/23 por Lusa

Economia FIPA

"O setor tem funcionado nesta esfera em que o mercado é extremamente pequeno e altamente competitivo. Eu costumo dizer que é um mercado pequeno, com uma porta de entrada muito estreita. Portanto, há que procurar outras soluções, que podem vir, por exemplo, das exportações", considerou o presidente da FIPA, Jorge Henriques, em entrevista à Lusa.

Segundo a federação, Portugal tem que investir de uma forma "séria, concentrada e profissional" neste setor, que, no ano passado, ultrapassou os 7.000 milhões de euros em exportações.

Agora o objetivo é atingir os 10.000 milhões de euros, no máximo, até 2026, mas, para isso, "é preciso concentrar muitos esforços do lado das entidades oficiais, das empresas produtoras, associações e entidades".

No entanto, a FIPA vincou que a competitividade não é fácil, tendo em conta que Portugal "tem um espartilho", apertado pela economia, pelo consumo e pelo baixo poder de compra dos portugueses.

Esta indústria diz ter vivido os últimos anos com apreensão, devido a fenómenos como a pandemia, a guerra na Ucrânia, dificuldades no abastecimento das matérias-primas, inflação e ao consequente aumento do custo dos produtos, o que provocou uma redução no consumo, e o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a 'bazuca', ficou aquém do necessário.

"O país tem que ter um desígnio para a indústria agroalimentar [...]. É importante que se continue a investir neste setor e, sobretudo, nos instrumentos que permitam alavancar o conhecimento e a inovação e, simultaneamente, dar ao setor uma maior robustez. O que nós achamos é que, de uma forma geral, o PRR ficou muito aquém", vincou.

Já sobre a PARCA -- Plataforma de Acompanhamento nas Relações na Cadeia Agroalimentar, a FIPA afirmou-se como defensora, apoiante e impulsionadora deste projeto, onde são discutidos temas "absolutamente fundamentais" para o setor e para o país.

Neste âmbito, considerou o recentemente apresentado Observatório de Preços como um projeto complexo e difícil de dimensionar, que ainda está numa fase inicial.

"O conjunto de produtos e setores que foram colocados na primeira fase dão-nos uma visão daquilo que pode ser um Observatório de Preços em linha com os que já existem em Espanha ou França porque é muito baseado nestes modelos. Nós estamos expectantes para ver como é que ele vai avançar. A primeira fase está aí e não é o fim do processo", notou.

O Observatório de Preços compara a evolução dos valores de um cabaz de 26 produtos alimentares representativos das fileiras dos cereais, frutas, legumes, carne, peixe, ovos, azeite e laticínios, tendo em alguns produtos a comparação de valores na produção e no consumo.

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