O índice PMI (Purchasing Managers' Index) 'flash' da atividade na zona euro do Hamburg Commercial Bank (HCOB), elaborado pela S&P Global e publicado hoje, situa-se em 47,1 pontos em setembro, contra 46,7 em agosto, registando o máximo dos últimos dois meses, mas ainda abaixo dos 50 pontos que significariam a entrada na zona de expansão.
De acordo com a consultora, o resultado de setembro deve-se a uma redução da atividade empresarial no setor da indústria transformadora, mas também nos serviços, embora a sua taxa de contração tenha diminuído ligeiramente em relação a agosto.
"As empresas da zona euro registaram a maior queda nas novas encomendas em quase três anos", refere o comunicado, sublinhando que esta foi a quarta descida mensal consecutiva e a "mais acentuada desde novembro de 2020".
"Prevemos que a zona euro entre em território contracionista no terceiro trimestre. A nossa estimativa em tempo real, que incorpora os índices PMI, sugere um declínio de 0,4% em comparação com o segundo trimestre", disse o economista-chefe do HCOB, Cyrus de la Rubia, na nota.
Os custos dos fatores de produção aumentaram ao "ritmo mais rápido" em quatro meses, num contexto em que a taxa de inflação está a ser impulsionada pelo setor dos serviços, especialmente por um aumento dos custos salariais e dos preços dos combustíveis.
Além disso, o comunicado do HCOB sublinha que os fabricantes da zona euro estão a reduzir intensamente a sua atividade de compra e as suas existências de matérias-primas e produtos acabados.
As empresas da zona euro indicam baixa confiança nas perspetivas para os próximos 12 meses, atingindo o valor mais baixo desde novembro de 2022.
O declínio da confiança está a fazer com que as empresas sejam cautelosas na contratação de pessoal, pelo que este mês a taxa de criação de emprego é "marginal", com o setor da indústria transformadora a registar a sua quarta redução mensal do número de trabalhadores, enquanto o setor dos serviços apresenta ligeiros aumentos.
De la Rubia especifica que a contratação de pessoal em setembro, que está a decorrer a um ritmo mais rápido do que em agosto, demonstra "resiliência e otimismo face à redução da procura".
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