"É a nossa expetativa que parte do tráfego rodoviário de turistas da África do Sul para esta parcela do país ocorra via aérea, proporcionando o conforto e rapidez que caracterizam o modo aéreo de transporte de passageiros", disse Amilton Alissone, durante a cerimónia que marca a retoma da ligação direta entre a cidade de Inhambane e Joanesburgo, na África do Sul, país vizinho.
Para o governante, a retoma da ligação aérea entre Inhambane e Joanesburgo vai permitir uma maior frequência de turistas na província moçambicana e, por isso, é importante que os agentes económicos locais explorem a oportunidade e melhorem os pacotes turísticos.
"A atenção especial que Inhambane recebe, relativamente à frequência e diversidade do transporte aéreo, atesta o compromisso do setor dos transportes em dinamizar o desenvolvimento do turismo nesta parcela do país", frisou Amilton Alissone.
O responsável reiterou ainda que o Governo moçambicano está determinado em prosseguir com as reformas na LAM, visando melhorar a qualidade dos serviços prestados pela companhia.
Com 700 quilómetros de linha de costa com praias de águas cristalinas e dunas costeiras verdes, a província de Inhambane conta com 789 empreendimentos turísticos, segundo os últimos números apresentados pela ministra do Turismo de Moçambique, Eldevina Materula, sublinhando que estes empregam "cerca de 7.000 trabalhadores, contribuindo com cerca de 10% do total de 8.154 empreendimentos e 70.718 trabalhadores" do setor em todo o país.
A moçambicana LAM prevê ainda retomar, em 20 de novembro, os voos de Maputo para Lisboa, anunciou anteriormente o administrador da empresa sul-africana que o Governo de Moçambique colocou desde abril a gerir a companhia de bandeira.
"Estamos a prever retomar essa rota a 20 de novembro. É vital e vai mudar o rosto da companhia", afirmou em 14 de setembro, num encontro com jornalistas, em Maputo, o diretor-executivo da sul-africana Fly Modern Ark (FMA), Theunis Crous.
A LAM já tinha assumido anteriormente que está empenhada em obter as devidas autorizações para utilizar o Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, e horários de gestão de 'slot', para onde deixou de voar desde 2012, tendo então perdido essas licenças.
Theunis Crous acrescentou que a companhia já negociou também o aluguer de um Boeing 737 cargueiro, apenas para tratar do transporte de carga dentro do país e para o exterior, nomeadamente para a África do Sul, esperando colocar ao serviço um segundo seis meses depois.
"É uma oportunidade que pode tornar a companhia rentável. O transporte de carga é um negócio muito rentável", insistiu.
Theunis Crous referiu igualmente que a FMA já mobilizou 15 milhões de dólares (14 milhões de euros) de financiamentos para a operação atual da LAM, que está a ser alargada, com novas rotas e aeronaves, o que se traduz num aumento de passageiros, 57 mil atualmente, face à média anterior de 46 mil mensais.
A estratégia em curso, de revitalização da empresa, segue-se a anos de problemas operacionais relacionados com uma frota reduzida e falta de investimentos, com registo de alguns incidentes, não fatais, associados por especialistas à ineficiente manutenção das aeronaves.
Leia Também: Linhas Aéreas de Moçambique quer duplicar aeronaves e chegar a 22 até 2027