A TAP acusa a antiga CEO da companhia aérea Christine Ourmières-Widener de acumulação de cargos noutras empresas, na ZeroAvia e na MetOffice, mas o Governo terá tido conhecimento - e, inclusive, autorizado - esta situação, que estava prevista no contrato.
A notícia é avançada esta sexta-feira pelo Jornal de Negócios e pelo Nascer do Sol, que dão conta que Pedro Nuno Santos e João Leão terão aceitado as condições de Christine Ourmières-Widener de manter funções noutras empresas.
Aliás, deverá haver mesmo uma cláusula do contrato que deixa claro que a acusação de violação do dever de exclusividade da antiga CEO da TAP não lhe poderá ser imputada, mas antes aos responsáveis políticos que concordaram com esta condição.
A ex-CEO terá mesmo colocado esta questão como "indispensável" para aceitar o lugar quando foi contactada pela empresa de recrutamento.
O Jornal de Negócios indica que a ação judicial poderá vir a ser reencaminhada para outro tribunal.
De recordar que a TAP acusa a antiga CEO Christine Ourmières-Widener de ter trabalhado para uma consultora de viagens e aviação enquanto liderava a companhia aérea, ocultando esta informação e tendo "violando clamorosamente" o Estatuto do Gestor Público. Este é, por isso, um motivo para a demissão por justa causa, de acordo com a contestação que a defesa da TAP entregou na segunda-feira.
Além disso, a defesa da TAP acusa a ex-CEO de conflito de interesses com empresa ligada ao marido e considera que esta violou "grosseiramente" deveres por ocultar acordo de saída de Alexandra Reis.
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