Em comunicado enviado hoje à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os CTT divulgaram um "resultado líquido consolidado atribuível a detentores de capital do grupo CTT de 60,5 milhões de euros, 24,1 milhões de euros" acima do período homólogo de 2022.
"A evolução do resultado líquido consolidado foi positivamente influenciada pelo crescimento do EBIT recorrente (+23,0 milhões de euros) e pela evolução favorável do imposto sobre o rendimento do período (-9,3 milhões de euros) e negativamente afetada pelo agravamento dos resultados financeiros (-6,8 milhões de euros) e pelos itens específicos (-1,4 milhões de euros)", lê-se no documento.
No período em análise, os rendimentos operacionais dos CTT subiram 8,7% (+78,6 milhões de euros) para 985,2 milhões de euros, "refletindo o crescimento do Expresso e Encomendas (+81,6 milhões de euros; +31,5%), do Banco CTT (+21,8 milhões de euros; +17,3%) e dos serviços financeiros e retalho (+2,1 milhões de euros; +3,4%)", enquanto se registou uma diminuição de 5,8% (-26,8 milhões de euros) nos rendimentos do segmento correio e outros.
Pela "primeira vez na história dos CTT, no quarto trimestre de 2023 o Expresso e Encomendas foi o negócio que mais contribuiu para as receitas", adiantam os CTT.
O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) subiu 17,5% para 151,9 milhões de euros.
No ano passado, o investimento ascendeu a 36,1 milhões de euros, menos 2,4% que em 2022, tendo sido "principalmente direcionado para sistemas de informação, com o objetivo de aumentar a eficiência das operações, a cibersegurança e melhorar a experiência do cliente; edifícios e instalações, incluindo os investimentos na nova sede; e equipamentos".
Os rendimentos operacionais do segmento Expresso e Encomendas totalizaram 340,6 milhões de euros, uma subidad e 31,5% em termos homólogos, "devido ao crescimento do tráfego em Espanha e em Portugal, beneficiando de ganhos de quota de mercado e do aumento da adoção do 'e-commerce".
Os rendimentos em Portugal somaram 149,1 milhões de euros no ano passado, uma evolução de 12,8% e o tráfego totalizou 38,9 milhões de objetos (+17,6%).
Os CTT acrescentam que continuaram a desenvolver a sua rede de cacifos Locky, superando os 820 instalados em Portugal, com cerca de 330 adicionais já contratados e mais de 600 em negociação.
No total, a rede de cacifos Locky conta com cerca de 1.150 cacifos instalados e/ou contratados.
Os rendimentos em Espanha atingiram 186,8 milhões de euros em 2023 (+51,9%), com 61,7 milhões de objetos (+57,4%).
"O crescimento alcançado é suportado em clientes estratégicos, especialmente 'e-sellers' internacionais, que continuaram a apresentar uma evolução positiva, impulsionada pela entrada de novos clientes relevantes, e também fruto de uma maior e mais focada atividade de marketing e comercial na carteira de clientes e em todos os segmentos, com destaque para os de menor dimensão (clientes com tráfego diário inferior a 20.000 objetos), os quais alcançaram um desempenho positivo, contribuindo para uma maior diversificação da receita", referem.
Esse crescimento "também foi viabilizado pelos investimentos realizados antecipadamente em resposta à expansão do mercado em Espanha".
Os rendimentos em Moçambique situaram-se em 4,7 milhões de euros em 2023 (+21,0%).
Já os rendimentos operacionais dos serviços financeiros e retalho atingiram 62,8 milhões de euros em 2023, um aumento de 3,4%.
"Este desempenho positivo, quando comparado com 2022, advém dos serviços financeiros, nomeadamente dos títulos de dívida pública, em especial dos certificados de aforro, que registaram comportamentos distintos no decorrer do ano".
Os CTT sublinham que, nos primeiros cinco meses de 2023, "os títulos de dívida pública atingiram níveis máximos históricos de emissão, induzidos pela maior atratividade do produto", mas que a "alteração das condições de comercialização", nomeadamente taxas de juro mais baixas e a diminuição dos limites máximos de aplicação por subscritor, reduziram a atratividade limitando a sua subscrição no resto do ano.
Os serviços financeiros (excluindo outros rendimentos) registaram rendimentos de 50,7 milhões de euros em 2023, mais 21,1% em termos homólogos, enquanto os títulos da dívida pública (certificados de aforro e certificados do tesouro poupança crescimento) apresentaram rendimentos de 44,4 milhões de euros, mais 32,7%.
[Notícia atualizada às 19h42]
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