"Ambições maiores, portanto, não só pelo crescimento da conferência, pela qualidade dos participantes e também pelo crescimento da delegação portuguesa", disse à Lusa António Dias Martins, referindo-se, por um lado, à participação recorde portuguesa na 2.ª edição da Web Summit na 'cidade maravilhosa', mas também ao crescimento do evento.
O Riocentro, na Barra da Tijuca, vai receber até quinta-feira mais de 30.000 participantes, de pelo menos 100 países, mais de 1.000 'startups', cerca de 600 investidores e 600 oradores, numa estrutura apoiada por mais de 210 parceiros e 400 voluntários, de acordo com a organização.
Trata-se de um aumento significativo em relação à primeira edição, no ano passado, que contou com a participação de 21.000 pessoas.
"A expectativa é que aproveitem da melhor forma esta crescente visibilidade que a Web Summit proporciona. Poderão nestes dias estabelecer contactos com investidores, clientes e outros agentes locais e internacionais presentes na conferência, dando passos importantes na sua internacionalização", frisou o responsável português desta esta entidade sem fins lucrativos, com Estatuto de Utilidade Pública.
Do lado português, estão presentes 31 'startups', depois de na edição anterior terem participado 25 'startups' portuguesas, sendo a segunda maior delegação estrangeira logo atrás dos Estados Unidos.
Relativamente ao gigante mercado 'continental' brasileiro e às oportunidades que dali advêm, o responsável português recorda que este é um "destino natural para a internacionalização das empresas portuguesas", mas que ainda assim "é um mercado complexo, com muitas particularidades".
O crescente e sustentado interessa brasileiro pelo país, "como uma porta de entrada para a Europa", é apenas, um dos benefícios que podem beneficiar as 'startups' portuguesas, considerou.
A "aprendizagem com anteriores movimentos de internacionalização de empresas portuguesas para o Brasil que não correram como esperado" é benéfica para estas novas empresas, assim como a aposta que o Brasil, em especial o Rio de Janeiro, têm feito "no empreendedorismo, com condições que nunca antes existiram para o 'soft landing' de 'startups' portuguesas neste país.
Sobre a delegação portuguesa, António Dias Martins sublinhou que "tem uma composição muito variada", que vai desde o desenvolvimento de software, inteligência artificial, metaverso, tecnologia da saúde, tecnologia verde, até à tecnologia desportiva, entre outras.
"Estão sem dúvida na vanguarda das melhores tendências mundiais nestas áreas e representam da melhor forma o dinamismo empreendedor do nosso país", garantiu.
Das 31 'startups', 12 participam na cimeira tecnológica no âmbito da iniciativa Business Abroad e empregam mais de 260 trabalhadores, tendo já levantado "investimento de 'venture capital' e 'business angels' de, no total, mais de 13 milhões de euros", detalhou, em comunicado a Startup Portugal.
As 31 'startups' portuguesas na Web Summit Rio são ambi.careers, Biometrid, Dizconto, Enline, Frontfiles, Health4All, Hoopers, Hortee, Greenmetrics.ai, InAppStory, Infinite Foundry, Interpretica, iTRecruiter, Keeptip, Marvin AI, Mediaprobe, Modatta, My Data Manager, Mycareforce, Naoris Protocol, Networkme, Propel, SheerMe, Splink, SpotGames, Surf Eye, Tokenwised, uBits, Vawlt, Wiseworld, Zizu.
Cabo Verde é outro dos países lusófonos representados, com três 'startups' (RiftOne, Health360 e Fit CV) a participarem no evento que decorre de segunda-feira a quinta-feira no Rio de Janeiro.
O evento tecnológico, que nasceu em 2010 na Irlanda, passou a realizar-se na zona do Parque das Nações, em Lisboa, em 2016 e vai manter-se na capital portuguesa até 2028. A empresa registou também, além do Rio de Janeiro, uma expansão para o Médio Oriente, com a Web Summit Qatar que se realizou no início de 2024.
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