Esta posição foi defendida por António Leitão Amaro, em conferência de imprensa, no final de um Conselho de Ministros em que anunciou a revogação de medidas tomadas pelo anterior executivo socialista ao nível do alojamento local ou do arredamento forçado ou coercivo.
Logo na sua intervenção inicial, o ministro da Presidência recusou que o executivo PSD/CDS-PP esteja agora a seguir uma via de liberalização com adoção de medidas de desregulação do mercado.
"Nada disso. Substituímos uma visão punitiva, injusta e castradora do investimento por uma visão equilibrada moderada, que reconhece que há zonas de maior pressão urbanística e turísticas onde podem sentido regras mais equilibradas", sustentou o membro do Governo.
De acordo com António Leitão Amaro, o Governo, em primeira linha, nesta questão da regulação ao alojamento local, "aposta nas autarquias e na sua capacidade de fazerem regras e serem elas a fiscalizar a sua aplicação e implementação, permitindo encontrar soluções diferenciadas mas mais harmónicas".
Em relação à revogação do arrendamento forçado ou coercivo, o ministro da Presidência disse que essa medida do anterior executivo "era altamente penalizadora da propriedade privada" e "castigava até os que investiam no mercado".
Em contrapartida, o Governo aprovou a criação de um regime legal que permite uma injeção semiautomática de imóveis público devolutos ou subutilizados no mercados, tendo em vista a sua utilização para efeitos de habitação.
"Confiamos nas autarquias ou nos promotores privados. Juntos podem desenvolver projetos para a utilização desses imóveis. No mesmo dia em que revogamos o arrendamento coercivo, que castigava a propriedade privada, pomos o Estado e a ser um exemplo", assinalou.
Além de o Conselho de Ministros ter aprovado uma alteração considerada relevante ao apoio à renda, estendendo-o a contratos novos posteriores a 15 de março de 2023 mas que envolvem o mesmo imóvel e o mesmo arrendatário, foi agora também revogada a contribuição extraordinária para o alojamento local, entre outras "proibições regulatórias".
"Queremos um novo equilíbrio de regras. A confiança no investimento tinha sido traída pela ação do Estado, que adotou opões muito agressivas para portugueses que investiram poupanças de uma vida no alojamento local. O Governo anterior escolheu o alojamento local como um alvo injusto para desculpar a sua incapacidade de travar", acusou o ministro da Presidência.
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