Influencer. As novas escutas sobre ex-CEO da TAP: "É ela ou o Governo"

O ex-primeiro-ministro António Costa terá decidido despedir Christine Ourmières-Widener, a então CEO da TAP, na sequência do pagamento da indemnização de 500 mil euros a Alexandra Reis.

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Daniela Carrilho
18/06/2024 09:16 ‧ 18/06/2024 por Daniela Carrilho

Economia

Escutas

Há novos detalhes sobre o caso do despedimento da ex-CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, divulgados pela CNN Portugal, que teve acesso a escutas telefónicas no âmbito da Operação Influencer.

"As pessoas precisam de sentir que o Governo não consente com merdas destas. Se isto se torna num inferno é ela ou nós", terá dito o então primeiro-ministro António Costa, numa conversa com João Galamba, ex-ministro das Infraestruturas, que estava sob escuta no âmbito da Operação Influencer. O ex-líder do Governo evocou razões políticas e o objetivo de estancar a indignação da opinião pública relativamente à imagem do seu Executivo.

Após a 'bomba' do pagamento de uma indemnização no valor de 500 mil euros à ex-administradora da TAP e ex-secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, havia uma crise que teimava em não abrandar, motivo que terá levado Costa a decidir 'cortar o mal pela raiz' no dia 5 de março do ano passado e a despedir Christine Ourmières-Widener.

Galamba terá então recebido um telefonema de Costa dando conta de que estava na altura de despedir Ourmières-Widener, segundo a CNN Portugal.

"Já falei com o Fernando [Medina] e politicamente nós não nos safamos mantendo a senhora, nem a senhora se safa politicamente", terá assumido Costa a Galamba, já referindo "um gajo muito bom" como solução para que o dossier não lhes "rebente nas mãos" e avançando com o nome de Luís Rodrigues, da SATA, que, considerou, "é um fator de tranquilidade e descompressão".

Assim sendo, estes motivos colocam em causa a justificação formal dada pelo Governo após o despedimento por justa causa da CEO da TAP - que levou Ourmières-Widener a pôr o Estado em tribunal.

As escutas, saliente-se, têm de ser validadas pelo Supremo Tribunal de Justiça uma vez que contêm intervenções de um primeiro-ministro em funções.

Leia Também: Audição de Costa pelo MP abre "um caminho de clarificação da situação"

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