Afinal, o 'efeito Taylor Swift' na economia poderá não ser significativo

Apesar de haver um 'boom' nas receitas de vários setores, os economistas consideram que essa despesa "aconteceria de qualquer forma e tende a ser uma forma de substituição".

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© Charles McQuillan/TAS24/Getty Images

Daniela Filipe
04/07/2024 08:30 ‧ 04/07/2024 por Daniela Filipe

Economia

Taylor Swift

Há muito que se fala do impacto positivo que a digressão da cantora Taylor Swift tem gerado na economia dos países por onde tem passado. Contudo, há um problema: este ‘efeito’ é, afinal, "extremamente pequeno e temporário".

“O volume de negócios extra é um grande impulso para o fim de semana e, em particular, para o sector turístico. Mas é apenas isso - um fim de semana, sem impacto visível ou significativo no crescimento económico global", apontou o economista-chefe da Câmara de Comércio de Estocolmo, Carl Bergkvist, em declarações à agência Reuters.

No caso concreto de Estocolmo, os ‘swifties’ que acorreram à cidade, em maio, deram azo a uma faturação de 850 milhões de coroas suecas (cerca de 75.038.918 euros) em três dias. Apesar de ser um bom resultado, poderá até ser menor do que o gerado pela cantora Beyoncé, que atuou um ano antes na Suécia e provocou um aumento temporário da inflação.

"Existe um efeito Taylor Swift? É extremamente pequeno e temporário, na melhor das hipóteses. No período que antecede os grandes eventos, há muitos estudos que descrevem os benefícios económicos, mas depois é preciso uma lupa para encontrar esses supostos benefícios nos números", sustentou o economista do banco ING, Carsten Brzeski.

De facto, apesar de haver um ‘boom’ nas receitas de vários setores, essa despesa “aconteceria de qualquer forma e tende a ser uma forma de substituição”, de acordo com o professor Simon Shibli, da Universidade Sheffield Hallam.

Significa isto que o dinheiro despendido em bilhetes de concerto e, eventualmente, em alojamento sairia, de qualquer modo, do orçamento familiar, traduzindo-se em menos gastos em restaurantes ou viagens.

Além disso, grande parte da receita da ‘The Eras Tour’ vai, inevitavelmente, acabar nos Estados Unidos, o que reduz um benefício económico local já de si reduzido.

Recorde-se que, no caso português, deu-se "um impacto positivo na performance dos negócios do distrito de Lisboa", tendo ocorrido um “crescimento significativo da faturação proveniente de cartões estrangeiros, com os negócios do distrito a registar um crescimento de 34% na sexta-feira (primeiro dia de concerto) face à sexta-feira anterior".

"Já a subida do número de transações estrangeiras entre este mesmo dia e a sexta-feira antecedente foi ainda mais expressiva, com uma variação de 49%", salientou um relatório do REDUNIQ Insights.

Taylor Swift estreou-se em Portugal a 24 e 25 de maio, tendo sido acompanhada pela banda Paramore. Perante um Estádio da Luz lotado, a artista assegurou ter ficado rendida a Lisboa - e assistimos a tudo.

Leia Também: Taylor rendeu-se a Lisboa. Assistimos à 'Love Story' em dose dupla

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