Numa nova análise publicada no 'site' da Economist Intelligence Unit, a EIU admite uma mudança nas previsões, dando agora a vitória a Donald Trump nas eleições de 05 de novembro, avaliando que as esperanças de reeleição de Joe Biden diminuíram após o seu desempenho amplamente criticado no debate presidencial de junho.
Na visão da EIU, a campanha de Biden também não tem sido bem-sucedida em transmitir os fundamentos da sua política económica aos eleitores, que "ainda se estão a adaptar a um período plurianual de inflação elevada".
"Embora Biden possa, em última análise, optar por se afastar [da recandidatura], potencialmente injetando novo entusiasmo na corrida democrata, a logística para o fazer é complicada e um candidato alternativo terá pouco tempo para desenvolver o perfil e a plataforma necessários para desafiar Trump", observou.
Tendo isso em conta, a previsão avançada é a de que o magnata republicano vencerá o sufrágio.
Embora Trump possa enfrentar "algumas restrições políticas" quando iniciar o seu mandato, o economista-chefe da EIU acredita que o ex-presidente "terá margem para levar a cabo os planos para aumentar as tarifas de importação dos Estados Unidos e reforçar as restrições à imigração" - algumas das suas promessas de campanha.
"Isto causará perturbações nos negócios e, acreditamos, um abrandamento do crescimento dos Estados Unidos e um aumento da inflação. Outros países terão de enfrentar as consequências da procura mais fraca dos Estados Unidos, das taxas de juro norte-americanas mais elevadas e dos fluxos de remessas mais restritos", anteviu.
Além disso, a pressão de Trump para recalibrar as alianças de segurança norte-americanas levará a algumas dificuldades sobre como acomodar as novas necessidades de gastos com defesa, adianta.
Outra das consequências de um segundo mandato de Trump será sentida em matéria de alterações climáticas e transição energética, que estagnará.
"Pensamos também que o apoio dos Estados Unidos à ação internacional em matéria de alterações climáticas se dissipará, retardando os esforços de mitigação e a transição verde global", conclui a análise.
O ex-presidente Donald Trump aceitou formalmente na quinta-feira a nomeação como candidato presidencial Partido Republicano e defendeu que a "discórdia e a divisão" na sociedade norte-americana "devem ser curadas".
Num discurso de uma hora e meia na Convenção Nacional Republicana, Trump expôs ainda as promessas para um segundo mandato, incluindo a redução do custo de alimentos e gasolina, mais empregos e a segurança da fronteira.
Trump lidera as sondagens para as presidenciais, num momento em que aumenta pressão dos líderes democratas para que Biden reavalie sua candidatura e crescem as expectativas de que a crise seja resolvida nas próximas horas ou dias.
Biden afirmou numa entrevista à BET News, publicada na quarta-feira, que reconsideraria a sua decisão de continuar a campanha para as eleições de novembro se um médico lhe diagnosticasse um problema de saúde grave.
Esta foi a primeira vez que Biden deixou a porta aberta à possibilidade de renunciar à sua candidatura presidencial face à crescente pressão que tem enfrentado dentro do partido para o fazer, à qual até agora tem respondido de forma desafiadora.
São já mais de 20 os legisladores democratas, a maioria deles representantes da câmara baixa do Congresso (Câmara dos Representantes), que solicitaram publicamente que o Presidente abandonasse a corrida eleitoral devido à sua capacidade física e mental e entregasse a oportunidade a outro candidato.
Apesar dos apelos, a diretora da campanha presidencial de Biden garantiu hoje que o Presidente permanece "em absoluto" na corrida à Casa Branca.
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