A decisão foi tomada hoje, em reunião ordinária do Conselho de Ministros, conforme comunicado divulgado esta manhã por aquele órgão, referindo apenas a exoneração de Marcelino Gildo Alberto e a nomeação do atual administrador executivo para a área de eletrificação para liderar a empresa pública.
A Lusa noticiou em maio que a EDM registou lucros em 2023, pelo terceiro ano consecutivo, mas que caíram 7,5% face a 2022, para 4.820 milhões de meticais (70,3 milhões de euros).
De acordo com dados do relatório e contas da EDM, o volume de negócios da empresa cresceu 14% em 2023, para 53.170 milhões de meticais (775,6 milhões de euros), e o nível de perdas, decorrentes "sobretudo do roubo de energia", reduziu-se em dois pontos percentuais, para 26% da produção total.
"Esta redução, a mais acentuada nos últimos quatro anos, teve um peso significativo no aumento da receita da empresa e responde ao desafio estabelecido pelo Governo, de melhoria de excelência operacional", lê-se na informação da EDM.
Os lucros da elétrica estatal, que em 2022 tinham mais do que duplicado, para 5.220 milhões de meticais (76,1 milhões de euros), registaram uma queda em 2023.
"Os resultados alcançados no ano passado demonstram que, à medida que trabalhamos para atingir os nossos objetivos, aperfeiçoamos o nosso modelo operativo, num contexto volátil e incerto, condicionado pelos indicadores macroeconómicos e mudanças climáticas que, ciclicamente, comprometem todos os nossos esforços e investimentos", reconheceu o presidente do conselho de administração da EDM, Marcelino Gildo Alberto, citado no documento.
Ainda assim, a empresa referiu que continua a registar "prejuízos decorrentes da vandalização de infraestruturas elétricas e roubo de energia".
"Estes atos atrasam o cumprimento das nossas metas, especialmente o de acesso universal à energia, até 2030. Por isso, reiteramos o apelo à vigilância comunitária e denúncia destas práticas ilícitas. Do lado da EDM, continuaremos implacáveis perante o envolvimento de trabalhadores nestes atos ou de qualquer outra forma de corrupção, cujo tratamento, em relação aos seus autores, observará a máxima de tolerância zero", advertiu o então presidente do conselho de administração.
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