Na informação divulgada hoje pelo Banco Central do Brasil, o défice das contas públicas brasileiras atingiu o equivalente a 0,78% do Produto Interno Bruto (PIB), mais do que duplicando na comparação com os seis primeiros meses de 2023, quando o resultado negativo somou 20,4 mil milhões de reais (3,3 mil milhões de euros ou 0,39% do PIB).
Foi o pior resultado para o período desde 2020, quando a economia local e global foi fortemente afetada pela pandemia da covid-19.
Em doze meses, o setor público consolidado brasileiro (que inclui Governo central, empresas estatais federais, estados e municípios) acumulou um défice primário de 272,2 mil milhões de reais (44,4 mil milhões de euros), equivalente a 2,44% do PIB, montante 0,08 pontos percentuais inferior ao défice acumulado nos doze meses anteriores.
O órgão emissor brasileiro também informou que houve um défice de 1,1 biliões de reais (179 mil milhões de euros) nas contas do setor público em doze meses até junho, montante que equivale a 9,9% do PIB brasileiro, quando se incorporam também nessa conta os juros da dívida pública.
Os dados divulgados pelo Banco Central mostram as dificuldades do Governo do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, em reduzir o défice devido ao forte aumento das despesas, especialmente com programas sociais, apesar do aumento da arrecadação.
Lula da Silva tinha-se comprometido a terminar 2024 sem défice nas contas públicas, mas já adiou essa meta para 2025, embora os economistas continuem a duvidar que o consiga, apesar dos repetidos compromissos do líder progressista com o ajustamento fiscal.
A nova meta estabelecida pelo Governo brasileiro é fechar as contas públicas dentro de um intervalo de tolerância previsto na atual regra fiscal em vigor do país de 0,25 pontos percentuais do PIB e, portanto, pode haver variação de até 28,7 mil milhões de reais (4,7 mil milhões de euros), para cima ou para baixo.
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