"Se antes a quota da região Ásia-Pacífico nas nossas exportações de energia era de cerca de 39%, no final do ano passado aumentou 1,5 vezes e agora ultrapassa os 60%", disse Putin, citado pela agência espanhola EFE.
Desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Rússia aumentou o fornecimento de petróleo e gás a países como a China, a Índia e o Uzbequistão.
Ao discursar na sessão plenária da Semana da Energia Russa, em Moscovo, Putin disse que "os países amigos são responsáveis por mais de 90% das exportações de energia da Rússia", referindo-se à redução dos fornecimentos aos países ocidentais hostis.
Afirmou ainda que 40% das transações de comércio externo são efetuadas em rublos.
Putin reconheceu dificuldades nos pagamentos das exportações russas, referindo-se às sanções ocidentais, mas disse que os parceiros de Moscovo estão interessados em resolvê-las através de transações em moedas nacionais.
Participaram na sessão plenária da Semana da Energia o Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, e a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez.
O líder russo afirmou que todas as tarefas que o setor energético russo tem pela frente serão cumpridas e que o país continuará empenhado em cumprir as obrigações para com os seus parceiros.
"A Rússia cumpre as suas obrigações de fornecimento de recursos energéticos ao mercado mundial, desempenha um papel estabilizador no mesmo, participando em formatos tão prestigiados como a OPEP+ e o Fórum dos Países Exportadores de Gás", disse.
Putin encarregou o Governo e o gigante do gás Gazprom de prepararem um "plano de desenvolvimento" para os próximos 10 anos, que tenha em conta a redistribuição de rotas de abastecimento devido às sanções impostas pela guerra na Ucrânia.
Tal plano "garantirá, sem dúvida, o desenvolvimento sustentável da empresa [Gazpom] e a criação de infraestruturas para mudar a geografia dos abastecimentos", afirmou.
Putin também se referiu ao consumo interno de energia na Rússia, salientando que excedeu os volumes do período soviético.
"De acordo com os resultados do ano passado, o volume de consumo de energia na Rússia estabeleceu mais uma vez um novo recorde, ultrapassando os indicadores do período soviético", afirmou.
Segundo Putin, este indicador é um sinal do crescimento económico do país.
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