No relatório da proposta de OE2025, o Governo analisou "o impacto de alguns riscos externos e internos nos principais agregados macroeconómicos e de finanças públicas", tendo selecionado quatro que teriam os efeitos de maior dimensão.
Os choques consubstanciam, face ao cenário central, uma variação "da redução do crescimento da procura externa em 2 pontos percentuais (pp); do aumento do preço do petróleo (em USD) em 20%; do aumento das taxas de juro de curto prazo em 2 pp e da redução do crescimento da procura interna em 1 pp".
A redução do crescimento da procura externa "teria um efeito negativo no crescimento real do PIB, originando um crescimento inferior em 0,5 pp (neste cenário, o crescimento real do PIB não seria de 2,1%, mas de 1,7%)", indica o Governo.
Já um cenário em que "o preço do petróleo se situe 20% acima do assumido no cenário base, de acordo com a simulação efetuada, teria um efeito negativo de 0,1 pp no crescimento do PIB em 2025, em virtude de um menor crescimento do consumo e do investimento, parcialmente mitigado pela redução no crescimento das importações".
Tal levaria também a um "menor ritmo de redução da dívida pública em percentagem do PIB em 0,1 pp em 2025".
Quanto a "um aumento das taxas de juro de curto prazo em 2 pp face ao assumido no cenário base teria, de acordo com a simulação efetuada, um impacto negativo no crescimento real do PIB em cerca de 0,2 pp, por via de um menor crescimento do consumo privado e do investimento (em resultado de um aumento dos custos de financiamento), parcialmente mitigado por uma redução do crescimento das importações".
Finalmente, um "crescimento da procura interna inferior em 1 pp ao estimado no cenário base teria, segundo esta simulação, um impacto negativo de 0,6 pp no crescimento real do PIB".
O Governo entregou hoje no parlamento a proposta de OE2025, que prevê que a economia cresça 1,8% em 2024 e 2,1% em 2025 e um excedente de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e de 0,3% no próximo.
A proposta ainda não tem assegurada a sua viabilização na generalidade e a votação está marcada para o próximo dia 31, no parlamento.
Se a proposta de Orçamento do Governo PSD/CDS for viabilizada na generalidade com a abstenção do PS ou, em alternativa, com os votos favoráveis do Chega, será então apreciada na especialidade no parlamento entre 22 e 29 de novembro. A votação final global do Orçamento está prevista para 29 de novembro.
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