"As empresas em diversas regiões indicaram que as tarifas representam um risco ascendente significativo para a inflação", destacou hoje o banco central norte-americano (Fed) no seu Livro Bege, um inquérito a responsáveis represarias realizado entre finais de outubro e meados de novembro.
Donald Trump, durante o seu primeiro mandato, fez dos aumentos das tarifas a espinha dorsal da sua política comercial.
Para o seu regresso à Casa Branca, já prometeu taxas aduaneiras de 25% contra o Canadá e o México, dois dos principais parceiros comerciais dos Estados Unidos, teoricamente protegidos por um acordo de comércio livre.
Prevê-se, por isso, que os preços de muitos produtos importados subam.
Assim, na região industrial de Filadélfia (Pensilvânia), "muitas empresas expressaram as suas preocupações sobre os efeitos inflacionistas de potenciais direitos aduaneiros", sublinhou a Fed.
E, na região de St Louis (Missouri), "as empresas estão a aumentar os seus inventários em antecipação de potenciais direitos aduaneiros sobre as importações", indicou ainda.
A inflação recuperou em outubro, para 2,3% num ano, face a 2,1% em setembro, segundo o índice PCE, o preferido pela Fed, que quer reduzir a inflação para 2%.
"Muitas empresas (...) notaram um novo aumento da sensibilidade ao preço entre os consumidores, bem como vários relatos de aumento da sensibilidade à qualidade", destacou ainda.
Apesar disso, e "mesmo que o crescimento da atividade económica tenha sido geralmente fraco, as expectativas de crescimento aumentaram moderadamente na maioria das áreas geográficas e setores", pode ler-se também no "Livro Bege".
Os inquiridos "manifestaram otimismo quanto ao aumento da procura nos próximos meses", de acordo com a mesma fonte.
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