"Após resultados atribuíveis aos interesses que não controlam, a Corticeira Amorim encerrou o ano de 2024 com um resultado líquido de 69,7 milhões de euros, uma redução de 21,6% face ao período homólogo, penalizado também pelo aumento dos encargos financeiros decorrentes do maior endividamento médio", refere a empresa num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Já os resultados não recorrentes ascenderam a 1,4 milhões de euros.
Em 2024, as vendas consolidadas da Corticeira Amorim totalizaram 939,1 milhões de euros, registando uma quebra de 4,7% face ao ano anterior devido ao "contexto adverso do mercado, com impactos significativos nos volumes".
Todas as unidades de negócio do grupo registaram uma contração das vendas, com exceção da Amorim Cork Composites, onde aumentaram em 2,7% para 732,3 milhões de euros, representando 76% das vendas consolidadas.
O EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) consolidado recuou 11,0%, para 157,6 milhões de euros, enquanto a margem EBITDA foi de 16,8% (18,0% em 2023), "penalizada sobretudo pelos efeitos dos menores níveis de atividade, do aumento dos preços de consumo de matérias-primas cortiça e da qualidade da cortiça de alguns lotes trabalhados".
Em sentido inverso, a Corticeira salienta "o contributo positivo para a rentabilidade decorrente de maiores eficiências industriais, de melhoria do 'mix' e de menores custos de matérias-primas não cortiça".
No final de dezembro, a dívida remunerada líquida da Corticeira Amorim ascendia a 195,7 milhões de euros, uma redução de 45,2 milhões de euros (-19%) face ao final de dezembro de 2023 (240,8 milhões), impactada favoravelmente pela redução das necessidades de fundo de maneio (16,4 milhões) e pela venda da Timberman (18,9 milhões).
A empresa informou ainda ao mercado que o Conselho de Administração decidiu propor à assembleia geral de acionistas, a realizar em 28 de abril, a distribuição de um dividendo bruto total de 0,32 euros por ação, a ser pago na sua totalidade em maio.
Citado no comunicado, o presidente e presidente executivo (CEO) da Corticeira Amorim destaca "a resiliência [...] e a contínua ação visando a melhoria da eficiência operacional e a otimização do 'mix'" do grupo como tendo sido "determinantes" num ano "marcado por um "contexto de mercado desfavorável, com acrescida incerteza e volatilidade".
No exercício passado, António Rios de Amorim destaca a aquisição da Intercap S.r.l., especializada na produção de cápsulas de 'surbouchage' para espumantes e vinhos tranquilos, a reorganização do negócio "não rolhas" numa única unidade de negócio (Amorim Cork Solutions) e a adoção de um novo modelo de distribuição nos revestimentos, privilegiando uma rede internacional de distribuidores em detrimento de empresas de distribuição próprias, (e que levou à alienação da participação na Timberman Denmark).
O CEO antecipa que 2025 será "igualmente desafiante", mas diz encarar o ano "com otimismo", notando que, "após dois anos consecutivos de forte inflação da matéria-prima cortiça, o resultado da campanha de 2024 foi mais favorável".
Embora prevendo que "o negócio 'rolhas' deverá continuar condicionado pela evolução do consumo global", refere que "as melhorias do 'mix' de produto, as iniciativas de melhoria da estrutura de custos e ganhos de eficiência operacional deverão traduzir-se em aumentos de rentabilidade".
Adicionalmente, o novo modelo organizativo da Amorim Cork Solutions "deverá fortalecer o negócio 'não rolhas', garantindo uma maior flexibilidade operacional, otimizando os ativos existentes e potencializando a valorização da cortiça como matéria-prima de referência", sustenta.
[Notícia atualizada às 17h26]
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