Alexandra Ferreira de Carvalho falava à margem da conferência de encerramento da Participação Pública sobre a Extensão da Linha 3 do Metro Sul do Tejo até à Costa da Caparica e Trafaria, que decorreu na Faculdade de Ciências Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, no concelho de Almada.
"Vamos ter três navios elétricos a fazer a ligação Seixal-Cais do Sodré. Ainda em modo de viagens experimentais, porque estamos ainda em fase de testes, sempre com um navio a diesel disponível caso haja alguma situação, algum imponderável", disse a responsável em declarações à agência Lusa.
A Transtejo Soflusa é a empresa responsável pela ligação fluvial entre o Seixal, Montijo, Cacilhas, Barreiro e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, e Lisboa.
A presidente da empresa adiantou que atualmente têm estado dois navios elétricos a fazer a ligação com viagens experimentais, porque, na verdade, ainda não foi iniciada a operação oficial.
Alexandra Ferreira de Carvalho admitiu que a ligação do Seixal a Lisboa tem sido muito penalizada, atribuindo o facto à falta de investimento em transportes públicos nos últimos anos.
Quando falta um navio, explicou, a ligação do Seixal é penalizada em detrimento do Montijo que, na sua perspetiva, tem ainda menos alternativas de mobilidade.
"Queremos definitivamente acabar com isso. Tem sido muito penalizador", disse adiantando ter a perspetiva de se "tudo correr bem para a semana" ter os navios elétricos a dar um contributo para a melhoria do serviço.
Se na próxima semana "tudo correr bem" , frisou, essa deixa de ser uma preocupação e deixa de ser penalizador para os passageiros.
"Os passageiros, nomeadamente os do Seixal, poderão voltar a confiar na Transtejo como nós queremos que confiem", salientou.
Em fevereiro o presidente da Câmara Municipal do Seixal, Paulo Silva, já tinha referido, depois de uma reunião com a administração da Transtejo, que a empresa lhe tinha transmitido que era expectável uma melhoria do serviço em março.
Numa mensagem aos munícipes divulgada nas redes sociais do município, o autarca referiu que para a Câmara Municipal do Seixal, no distrito de Setúbal, "é muito importante que o transporte fluvial seja fiável" para que possa ser uma alternativa ao serviço de transporte ferroviário prestado pela Fertagus.
Antes da reunião o presidente da Câmara do Seixal esteve na estação fluvial para falar com a população sobre as dificuldades existentes nos transportes públicos.
"Fui confrontado com queixas sobre as sucessivas supressões de carreiras, o que afeta significativamente a vida das pessoas", disse o autarca adiantando que entre a taxa de ocupação do transporte fluvial variou, das 07:30 às 09:15 (quando apanhou o barco para se deslocar para a reunião), entre os 20 por cento e os 53 por cento.
Paulo Silva referiu que existem dois meios de transporte principais para os munícipes se deslocarem para Lisboa, o ferroviário que está superlotado e o fluvial no qual as pessoas não confiam devido as constantes supressões de carreiras.
Leia Também: Ponte 25 de Abril? Câmara esclarece: "Não há qualquer corte previsto"