Wall Street fecha em baixa por causa da polémica das taxas alfandegárias

Wall Street encerrou hoje em nítida baixa, com os investidores a cederem à confirmação da aplicação de taxas alfandegárias sobre as importações de aço e alumínio e a acolherem com ceticismo o adiamento de algumas visando Canadá e México.

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© Reuters

Lusa
06/03/2025 23:08 ‧ há 8 horas por Lusa

Economia

Wall Street

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 0,99%, o tecnológico Nasdaq caiu 2,61 e o alargado S&P500 perdeu 1,78%.

 

"O humor dos investidores mudou, depois de ter estado totalmente virada, durante mais de dois anos, para a tomada de riscos", disse Steve Sosnick, da Interactive Brokers, à AFP.

Segundo o analista, a bolsa nova-iorquina entrou provavelmente "em um período de transição", perante "um ambiente difícil, com as inquietações sobre a fraqueza económica" dos EUA e os receios sobre a guerra comercial lançada por Donald Trump e as suas consequências.

O anúncio por Trump de um adiamento até 02 de abril das taxas alfandegárias de 25% incidentes sobre os produtos provenientes do México e do Canadá, em respeito do acordo de comércio livre da América do Norte (NAFTA, na sigla em Inglês), não bastou para suscitar uma recuperação em Wall Street.

Um dirigente dos EUA quantificou em mais de 50% os produtos mexicanos e 38% de produtos canadianos entraram em 2024 nos EUA ao abrigo deste acordo.

O primeiro anúncio de Trump, feito a meio do dia, só envolvia o México, o que inquietou os investidores, estimou Steve Sosnick. Quando as mesmas declarações foram estendidas ao Canadá, "o mal estava feito e o mercado não conseguiu recompor-se", acrescentou.

No final da sessão, Wall Street voltou a sofrer com declarações de Trump, que garantiu nomeadamente que as taxas alfandegárias de 25% sobre as importações de aço e alumínio para todos os parceiros comerciais dos EUA "vão ser efetivas na próxima semana".

Trump afirmou também que os seus recentes recuos sobre as taxas alfandegárias não estão ligados às baixas observadas nos últimos dias dos índices bolsistas.

"Nem vejo os mercados", disse, apesar de ter a reputação de seguir atentamente a evolução bolsista para avaliar os resultados das suas políticas.

Leia Também: Wall Street segue em queda entre resultados e guerra comercial

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