Na apresentação do Boletim Económico de março, Mário Centeno foi questionado sobre o investimento na Defesa na UE e apontou que "é necessário que os planos de despesa sejam coerentes, sejam consequentes e sejam bem desenhados".
É também preciso ter em conta que estes planos "vão custar dinheiro", alertou, apesar de assumir que a Europa "tem condições e meios para responder ao desafio que se lhe coloca".
"Tal como se fez com a resposta à crise pandémica, deve ser o mais europeia possível: ser coordenada, coerente e ter propósito europeu", tendo em conta que "tudo isto tem consequências orçamentais".
Apesar de defender que a resposta às tensões geopolíticas e a aposta na Defesa deve ser feita da mesma forma que na Covid, alertou: "a contribuição para a UE vai começar a subir porque vamos ter que fazer face aos financiamentos europeus que estiveram por detrás do NextGenEU".
"Todos os anos, nos próximos anos, a contribuição para a UE vai subir várias centenas de milhões de euros em Portugal. É inescapável esta ideia de que as respostas têm que valer pela sua qualidade, mas a dimensão financeira está lá", afirmou o ex-ministro das Finanças.
Para Centeno, é necessário ter "capacidade de resposta conjunta e justificar os meios financeiros" colocados ao dispor.
Por outro lado, o BdP também salientou, no Boletim, que "o aumento esperado da despesa militar no contexto do plano de reforço da capacidade de defesa europeia pode estimular a economia".
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