Supremo brasileiro considera inconstitucional norma para venda de ouro

O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil declarou na sexta-feira inconstitucional uma norma que facilitava o comércio de ouro ilegal, extraído principalmente da Amazónia, ao não exigir que os compradores desse metal garantissem a sua origem legal.

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Lusa
22/03/2025 00:02 ‧ há 6 horas por Lusa

Economia

Brasil

Os juízes consideraram, por unanimidade, que a "presunção de legalidade e boa-fé" para a compra de ouro viola o dever constitucional de proteger o meio ambiente.

 

A decisão dá 90 dias ao Governo federal para adotar um novo marco regulatório para controlar o comércio de ouro, bem como outras medidas para impedir a mineração de ouro em áreas naturais protegidas e em terras indígenas.

A decisão vem em resposta a dois recursos de inconstitucionalidade apresentados por partidos políticos de esquerda ou ambientalistas contra o regulamento de 2013, que apenas exigia que o vendedor de ouro fizesse uma declaração de que a origem do ouro era legal.

O relator do caso, o magistrado Gilmar Mendes, afirmou que "a simplificação do processo de compra do ouro permitiu a expansão do comércio ilegal e fortaleceu as atividades de garimpo ilegal".

A mineração ilegal no Brasil é uma das principais causas da poluição dos rios da Amazónia, uma vez que esta atividade utiliza mercúrio para separar o ouro de outros sedimentos.

Nas terras da etnia Yanomami, na fronteira com a Venezuela, a poluição dos rios e a chegada de milhares de mineradores provocaram, em 2023, uma grave crise de saúde pública entre os membros desta comunidade.

Leia Também: Brasil perdeu 2,2% da sua superfície de água em 2024

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