Depois de 2024 ter sido um dos melhores anos de sempre para a banca, "as expectativas em 2025 são positivas apesar do contexto político e económico instável quer no bloco europeu quer a nível global", lê-se na análise feita por Vítor Viana Lopes, 'partner' e líder para o setor bancário da consultora.
Nos últimos anos, o percurso feito pelo setor "permite enfrentar 2025 com todos os fundamentais de negócio em trajetória sólida", defende o analista, que prevê que "a margem financeira manter-se-á acima da média histórica, apesar da expectável descida das taxas de juro face a 2024".
Esta situação deve-se ao "incremento de peso de créditos a taxas fixas ou mistas, uma aceleração da transmissão da descida de taxa de juro nos depósitos por níveis confortáveis de liquidez e o resultado de estratégias de cobertura de risco de taxa de juro".
Viana Lopes destaca ainda o produto gerado por comissionamento como uma das alavancas de geração de valor, bem como expectativas positivas nas principais linhas de negócio.
"Nos segmentos de retalho, a trajetória de descida de taxa de juro, conjugada com a garantia pública a jovens e o défice de oferta de casas impulsionará o Crédito à Habitação", salienta o analista.
Olhando para as tendências do setor, um dos destaques é o crescimento nos segmentos menos explorados, sendo que poderão também "existir, em 2025, oportunidades de fusão e aquisição, enquanto alavanca para expandir a carteira de clientes e reforçar a eficiência operacional".
"O atual contexto de consolidação observado a nível europeu e os confortáveis níveis de capital dos bancos oferecem uma base sólida para a exploração de oportunidades de M&A", nota.
Entre as tendências, sobressai ainda a aposta na Inteligência Artificial, estratégias para aumentar a relação com os clientes e a resposta à agenda supervisora como um desafio estrutural.
Recorde-se que os cinco maiores bancos a operar em Portugal tiveram lucros agregados de 4.964 milhões de euros no ano passado, um valor recorde que torna 2024 o melhor ano de sempre da banca em Portugal, segundo contas da Lusa.
Os lucros agregados de 4.964 milhões de euros dos cinco maiores bancos significam mais 12% do que o resultado líquido de 2023.
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