"Realizou-se, hoje de manhã, uma reunião supostamente de negociação, mas que logo no início foi transformada de imposição, quando a administração da CP informou que decidiu fazer um ato de gestão", refere a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), numa nota publicada na sua página oficial da internet.
Segundo os representantes dos trabalhadores, a administração da CP -- Comboios de Portugal decidiu implementar já no mês de abril, com retroativos a janeiro, a segunda opção que tinha apresentado às estruturas sindicais em 31 de março e que se traduz num "aumento de 34 euros nas retribuições até 2.631,62 euros e de 1,7% nas retribuições iguais ou superiores" e subsídio de refeição de 10,20 euros.
"Estamos perante uma posição da administração reprovada, unanimemente, pelas organizações presentes na reunião e iremos discutir os passos a seguir, na defesa da valorização dos salários e das profissões", realçou a Fectrans.
Os sindicatos consideram que este aumento representa um achatamento relativamente ao salário mínimo nacional, o que, "certamente, vai contribuir para agravar o problema estrutural da CP, que é a incapacidade de recrutar novos trabalhadores e fixar os atuais".
Quanto ao relatório que os sindicatos e a administração elaboraram e que reivindica ao Governo medidas excecionais, sem prejuízo da negociação normal, como a reposição da diferença com o salário mínimo nacional existente em 2018, um aumento de 4% no segundo semestre deste ano e a redução dos tempos de permanências nos níveis de vencimento, a administração informou que o documento já foi enviado para o ministério da tutela, aguardando-se resposta breve.
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