No relatório mensal divulgado hoje, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) estima que o mundo irá consumir uma média de 105,20 milhões de barris por dia e 106,63 milhões de barris por dia de crude este ano e no próximo, respetivamente.
Estes números são 150.000 barris por dia e 300.000 barris por dia inferiores, respetivamente, do que os estimados há um mês.
Os ajustamentos devem-se ao "impacto esperado na procura de petróleo devido às tarifas recentemente anunciadas pelos EUA", bem como à inclusão de novos dados relativos ao primeiro trimestre nos cálculos, refere o documento.
O documento também reduz em 110.000 barris por dia o volume de produção dos países não-OPEP+ (OPEP e aliados, incluindo a Rússia) para 54,21 milhões de barris por dia em 2025, e 55,21 milhões de barris por dia em 2026, o que constituiu outra revisão em baixa de 210.000 barris por dia.
Estas correções estão relacionadas com as previsões económicas internacionais em que se baseia o estudo.
"A economia mundial mostrou uma tendência de crescimento constante no início do ano. No entanto, a trajetória a curto prazo está agora sujeita a uma maior incerteza devido à recente dinâmica tarifária", explicam os peritos da OPEP.
"Consequentemente, as previsões de crescimento económico mundial são revistas ligeiramente em baixa para 3% em 2025 e 3,1% em 2026", acrescentam.
A OPEP reduz, assim, as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nos Estados Unidos, na China, na Índia, no Japão e na zona euro, mas não na Rússia, onde as estimativas anteriores se mantêm inalteradas.
Recordando as várias imposições e suspensões tarifárias anunciadas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, a OPEP refere que estes "desenvolvimentos recentes nas relações comerciais globais alteraram as perspetivas e geraram novas incertezas no meio de uma escalada crescente de tarifas entre os Estados Unidos e a China".
"É provável que as pressões inflacionistas de curto prazo sejam retomadas, enquanto o crescimento económico deverá abrandar", sublinha o relatório da OPEP.
Ao mesmo tempo, é provável que as mudanças na economia global se acelerem e levem a novas medidas de apoio governamental, compensando alguns dos impactos negativos, conclui.
[Notícia atualizada às 14h07]
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