Mirandela apoia rendas de lojas e criação de postos de trabalho
A Câmara de Mirandela, no distrito de Bragança, está a ajudar a pagar a renda a novas lojas que se instalem na cidade e prepara-se para a atribuir incentivos financeiros à criação de postos de trabalho permanentes.
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Economia Negócio
Trata-se de medidas, como explicou à Lusa o presidente, António Branco para revitalizar o comércio tradicional em áreas mais deficitárias, destinadas essencialmente a microempresas, e para combater os programas ocupacionais de desempregados com estímulos à contratação a longo prazo.
Um conjunto de dez lojas está a beneficiar da ajuda de 1.200 euros para pagar a renda, há mais três candidatas, e em fase de conclusão encontra-se o regulamento do programa "Emprego Já" que vai atribuir 1.000 euros às empresas por cada posto de trabalho fixo que criarem, pelo menos, durante três anos.
O incentivo será pago em duas tranches: a primeira no ato da contratação e a segunda passados 12 meses.
Estas medidas constam da estratégia delineada pelo Gabinete de Apoio à Empresa e ao Empreendedor que, no ano de 2015, conseguiu, com vários programas e medidas "promover o emprego de 64 pessoas", como afirmou à Lusa o autarca.
A taxa de desemprego no concelho de Mirandela continua a ser das mais altas de Portugal, na ordem dos 13%, com mais de 2.100 desempregados inscritos no centro de emprego de um concelho com pouco mais de 23 mil habitantes.
Cláudia Dias, de 31 anos, e o sócio estavam desempregados até que há nove meses abriram uma loja de material ortopédico. Souberam do programa de apoio da autarquia e estão a beneficiar de um incentivo financeiro que corresponde ao pagamento de metade da renda durante seis meses.
"É uma ajuda muito importante para nós, veio ajudar nas nossas despesas fixas e é pena não ser mais tempo", disse à Lusa Cláudia, observando que "as empresas e lojas, se calhar, não têm noção de que a Câmara tem este tipo de apoio".
Trabalham bastante com lares e centros de dias de idosos e o negócio está a correr "muito bem", como garantiu, assim como o de Malena Silva, que está a beneficiar do mesmo tipo de apoio para uma loja de roupa de marca.
Professora de física decidiu conjugar as aulas com o "sonho da moda" e entende que "é uma iniciativa de louvar" a medida da autarquia para o comércio local, embora lamente que o dinheiro seja "pouco".
"No início (da atividade) são muitas despesas e os incentivos e os apoios agradecem-se é no início. Não é no meio, nem depois no fim, porque depois do barco já estar encaminhado não precisamos de mais marinheiros. A gente é no início para por o barco a andar", ilustrou.
O incentivo à renda de 1.200 euros durante seis meses já contemplou lojas de diferentes ramos, desde informática, comunicação, prestação de serviços ou costura.
A aposta da autarquia é "essencialmente em setores deficitários e zonas deprimidas da cidade", com o presidente da Câmara a deixar claro que não apoiará oferta que já existe em abundância e que é responsável pela dinâmica económica do concelho, nomeadamente as lojas de produtos regionais, onde prevalece a típica alheira de Mirandela.
Já o programa de incentivos à contratação "já têm várias empresas que manifestaram interesse, está a terminar a discussão pública do regulamento, só depois abrem as candidaturas para concorrer", o que o autarca perspetiva possa ocorrer em abril.
A Câmara tem um orçamento de 50 mil euros destinado ao "Emprego Já", o que significa que poderão ser apoiados cerca de cem postos de trabalho na primeira fase, de acordo com António Branco.
"Qualquer valor é simbólico, mas a verdade é que uma empresa tendo um apoio destas características pode enfrentar os chamados custos de estrutura, Segurança Social e outros com um bocadinho mais de apoio", considerou.
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