Décadas de sanções económicas internacionais provocadas pelo programa nuclear custaram ao Irão uma essencial parte do desenvolvimento económico necessário para largar o 'vício' histórico do petróleo.
Agora, após um acordo histórico com um grupo de antigos opositores políticos internacionais, Teerão abriu as portas ao investimento estrangeiro e muitos são os países interessados em apostar num mercado em expansão. Portugal surge na linha da frente devido às boas relações do passado e já iniciou os contactos para garantir a troca de bens e produtos no futuro.
Numa visita oficial realizada no final de maio, o secretário de Estado da internacionalização liderou uma delegação recheada de empresários com interesse em investir no mercado iraniano e levou na bagagem os pedidos de muitos outros que pretendem trazer para Portugal o dinheiro do Irão. Em declarações à Agência Tasnim, Jorge Costa Oliveira revelou a estratégia lusa e levantou o véu sobre os setores estratégicos de cooperação.
"O primeiro objetivo é aumentar as trocas externas e encontrar áreas para o fazer nos dois países", começou por dizer o representante do Governo, antes de garantir que o segundo objetivo é "encontrar oportunidades de investimento para as empresas portuguesas no Irão, numa altura em que a economia iraniana precisa de tanta coisa".
O turismo parece ser uma das áreas mais importantes para Portugal, com a cooperação bilateral a ser o cenário ideal: "O Irão tem um grande potencial e os cidadãos iranianos estão sempre à procura de novos destinos: Portugal é um desses destinos". "Há muitos grupos portugueses na área do turismo que olham para o Irão como um país para investir".
Para além da hospitalidade, o pilar mais importante das relações Irão/Portugal é o mercado petrolífero, um dos ex-libris da economia iraniana: "Houve uma época em que o Irão era um dos principais fornecedores no mercado doméstico português. O potencial está lá".
"Duas grandes empresas portuguesas estão a analisar o mercado. Já sabemos que a maior empresa produtora do Irão está a tentar regressar aos mercados que foram em tempos compradores do petróleo iraniano e há uma abertura para abrir novas refinarias nesses países", garante Jorge Costa Oliveira.