Depois de António Costa, Mário Centeno e Marcelo Rebelo de Sousa assumirem a defesa de Portugal em público, contra as sanções de Bruxelas, a causa portuguesa contra a aplicação das regras do Tratado Orçamental ganhou mais um apoiante de peso: Yanis Varoufakis.
Numa declaração publicada no blog oficial do movimento político DiEM 25, criado pelo antigo Ministro das Finanças grego, o partido de Varoufakis exige que "a Comissão Europeia desista de todas as ameaças de punir os governos de Espanha e Portugal" com o corte de fundos estruturais ou multas em percentagem do PIB.
"Tais medidas apenas servirão para piorar a crise económica destes países e para levar mais europeus ao grupo antieuropeísta", garante o DiEM 25, num artigo com título sugestivo: "Parem o waterboarding (tortura) financeiro e orçamental de Portugal, Itália e Espanha, JÁ!".
Falando de "uma união bancária apenas de nome", o partido de Yanis Varoufakis lembra que a banca italiana "está sob stress" e acusa as instituições europeias de hipocrisia: "Berlim, Bruxelas e Frankfurt insistem que o Monte dei Paschi di Siena seja resgatado pelo Estado, de acordo com as regras recém acordadas, mas não estariam a dizer o mesmo se fosse um banco alemão ou holandês".
"Ao mesmo tempo, Bruxelas ameaça Portugal e Espanha com uma suspensão ou devolução de fundos estruturais porque os orçamentos nacionais ultrapassaram mais uma meta impossível de cumprir e macroeconomicamente sem sentido."
"No aniversário do referendo na Grécia e poucos dias depois do referendo no Reino Unido, os europeus são relembrados de que o autoritarismo de Bruxelas, Frankfurt e Berlim são o principal dissolvente da União Europeia", conclui o DiEM 25.
