UGT e CGTP receiam que salário mínimo se torne na referência média
Os líderes das duas centrais sindicais portuguesas, UGT e CGTP, disseram hoje recear que o salário mínimo se transforme na referência para a remuneração média nacional devido à estagnação da contratação coletiva.
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Economia Remunerações
Os dirigentes sindicais falavam aos jornalistas à entrada de uma reunião da Concertação Social onde vai ser discutido o último relatório sobre a evolução do salário mínimo nacional (SMN) e a formação profissional.
"Estamos a avançar com aumentos do salário mínimo desde 2014, o que é um bom sinal para quem tem salários mais baixos, mas ele está-se a encostar à mediana do salário em Portugal, que é de cerca de 800 euros por mês", afirmou o secretário-geral da UGT, Carlos Silva.
Para o dirigente da central sindical, "as empresas estão a bloquear a contratação coletiva", não permitindo aumentos salariais nos vários setores da economia e, embora a remuneração mínima esteja a avançar desde 2014, as restantes estão estagnadas, disse.
"Qualquer dia o salário médio em Portugal é igual ao salário mínimo", declarou Carlos Silva, que voltou a defender uma antecipação da discussão sobre o tema na Concertação Social.
Também o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, defendeu que é preciso haver o reconhecimento das qualificações dos trabalhadores e aumentar salários de uma forma generalizada.
"É preciso aumentar os outros salários [além do salário mínimo] que, devido ao bloqueamento da contratação coletiva, têm estado estagnados", afirmou o líder da intersindical.
"Não podemos aceitar que o salário mínimo se torne na referência média nacional", acrescentou Arménio Carlos.
Da parte do patronato, o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), Vieira Lopes, voltou a defender que o salário mínimo "tem crescido acima da inflação e do crescimento da economia", acrescentando que a remuneração deve ser ajustada tendo em conta estes indicadores.
De acordo com o último relatório sobre o salário mínimo nacional (SMN), cujo valor é de 580 euros, mais de um quinto dos trabalhadores em Portugal recebiam esta remuneração no final do terceiro trimestre de 2017, totalizando 713,2 mil pessoas.
O número revelava um aumento de 9,4% face ao mesmo período do ano anterior, representando um peso relativo de 21,6% no total de empregados.
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