Os cientistas realizaram uma experiência em laboratório que comparava a forma como os humanos e macacos resolviam o mesmo problema. Primeiro, eram apresentados quatro quadrados no ecrã do computador: um com riscas, outro com bolinhas e dois em branco. De seguida, os participantes aprendiam que se carregassem primeiro no quadrado com riscas e depois naquele com as bolinhas, apareceria no ecrã um triângulo azul no lugar de um dos quadrados em branco, então, se o participante pressionasse o triângulo azul, receberia uma recompensa. No caso dos humanos um ruído divertido e para os primatas uma ração com sabor a banana.
Contudo, após esse primeiro momento, os cientistas apresentavam um atalho para a recompensa – e surpresa! Somente os macacos pareciam entender como usá-lo, revelando assim uma flexibilidade cognitiva que aparentemente os humanos não possuíam.
E os números do uso correto do atalho mostraram ser deveras impressionantes: 70% dos macacos usaram o artifício para chegar à recompensa, enquanto os humanos continuaram a executar a mesma sequência aprendida inicialmente. Apenas uma pessoa das 56 que participaram no estudo usou o atalho.
Os investigadores concluíram que como o nosso sistema de ensino não privilegia as diferentes formas de resolver um problema isso pode ter contribuído para que os participantes humanos tenham continuado a utilizar a mesma técnica que haviam aprendido inicialmente na experiência.
De acordo com a pesquisa, práticas como testes, frequências ou exames encorajam os indivíduos a recorrerem sempre à ‘rota conhecida’. Estudos anteriores já haviam chegado a conclusões bastante semelhantes.