Os superpoderes do alecrim contra a demência e Alzheimer

Inúmeras propriedades benéficas para o bom funcionamento do cérebro são creditadas a esta planta, mas será que são verdade?

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Liliana Lopes Monteiro
21/11/2019 09:15 ‧ 21/11/2019 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle

Demência e Alzheimer

Em 'Hamlet', a obra intemporal de William Shakspeare, Ofélia diz ao irmão, Laerte, que o alecrim é bom para a memória. E a crença nos poderes da erva perduraram por séculos. Mas será que se trata apenas de uma crença popular ou que tem de facto fundamento científico? 

BBC resolveu investigar e decidiu conversar com o professor da Universidade da Northumbria, Mark Moss, que estuda os possíveis benefícios do óleo essencial de alecrim para a memória. Numa das pesquisas de Moss, este e uma equipa de investigadores analisaram os efeitos do óleo de alecrim nos idosos.

Os idosos, que achavam que estavam a testar uma água com vitaminas, entravam numa sala que havia sida exposta a uma infusão de óleo de alecrim, óleo de lavanda e por outra sala sem qualquer cheiro. 

Depois de estarem na sala, os voluntários passavam por um teste de memória. E o que os resultados mostraram foi incrível: após passarem pela 'sala de alecrim', os idosos realmente tinham melhores notas nos exames. Já o cheiro da lavanda diminuiu a sua performance - sendo que, na medicina ancestral, ela é associada com o sono e relaxamento, o que faz sentido.

Existem compostos no óleo de alecrim que podem, sim, ser responsáveis pela mudança na performance da memória. Um deles é o eucaliptol, com um aroma extremamente agradável e que pode agir da mesma forma que drogas aprovadas para o tratamento de demência, já que causa um aumento do neurotransmissor chamado acetilcolina. Basicamente, o composto impede que esse neurotransmissor se transforme numa enzima. Isso seria plausível em relação ao óleo, já que sabemos que a inalação é uma das maneiras mais eficazes de produzir efeitos no cérebro. 

E por que o óleo seria melhor do que a ingestão do alecrim? Basicamente porque quando comemos algo, o fígado processa os químicos. Mas quando a administração da substância é por inalação, as moléculas passam diretamente para a corrente sanguínea, sem serem processadas pelo fígado, e indo para o cérebro. Tanto que testes com os voluntários da pesquisa de Moss apresentaram traços do óleo de alecrim no sangue. 

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