Cientistas detetam 23 novas proteínas associadas à infeção por SARS-CoV-2

Para os especialistas a descoberta pode explicar o motivo pelo qual o novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da doença da Covid-19, se propaga tão fácil e rapidamente no organismo e de pessoa para pessoa.

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Liliana Lopes Monteiro
16/09/2020 07:54 ‧ 16/09/2020 por Liliana Lopes Monteiro

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Covid-19

Investigadores do Instituto Weizmann de Ciência, em Israel, e do Instituto de Pesquisa Biológica de Israel identificaram 23 novas proteínas ligadas à propagação do novo coronavírus, reporta um artigo publicado na revista Galileu.

O estudo, divulgado na revista Nature, aponta que a descoberta pode contribuir para se perceber como o vírus se dissemina tão facilmente.

Durante a pesquisa, os cientistas focaram-se no princípio de que o modo de operação do RNA, ou seja, o mecanismo que converte as instruções de RNA em proteínas produzidas na célula, podia conter mais informação e não necessitar de uma localização prévia do organismo.

Nesse sentido, os investigadores infetaram deliberadamente células em culturas de laboratório com o SARS-CoV-2 e examinaram a atividade dos ribossomas ('fábricas' de produção de proteínas das células), conforme explica a Galileu. 

Os cientistas destacam, que essas organelas - estruturas membranares individualizadas, contidas no citoplasma, que participam na atividade metabólica da célula de que é parte integrante - baralham o novo coronavírus com o RNA mensageiro, fundamental para a ação das células. Como tal, passam a traduzir múltiplas parcelas da seriação de RNA viral em aminoácidos que, quando combinados, criam uma nova proteína.

Na experiência, assim que os ribossomas produziam proteínas virais, os cientistas congelaram as células e posteriormente identificaram todos os ribossomas e variantes. 

Segundo a revista Galileu, os investigadores determinaram que grande parte das sequências de aminoácidos eram diminutas, produzindo peptídeos, que contêm sobretudo uma ação reguladora. Descobriram igualmente quatro proteínas com a capacidade de operar como antígenos, isto é, proteínas que alertam o sistema imunológico para um microorganismo estranho ao corpo.

"O método de criação de perfil do ribossoma permitiu-nos não somente discernir com exatidão as sequências do genoma viral que são traduzidas em proteínas, mas também nos deu quantidades precisas das várias proteínas", afirmou a investigadora Noam Stern-Ginossar, num comunicado emitido à imprensa. 

Os cientistas dizem também ter detetado os chamados "segredos do sucesso" da disseminação do novo coronavírus. Concluíram, aponta a Galileu, que células epiteliais que cobrem os pulmões são os  hospedeiros mais propícios. Adicionalmente, apuraram que os microrganismos se multiplicam fácil e rapidamente, o que faz com que os níveis de RNA viral na célula sobrepassem RNA humano.

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