Tic-tac: 50% dos doentes com insuficiência cardíaca têm défice de ferro

O Dia Mundial do Coração assinala-se já amanhã, a 29 de setembro.

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Notícias ao Minuto
28/09/2020 20:00 ‧ 28/09/2020 por Notícias ao Minuto

Lifestyle

Doenças cardiovasculares

Estima-se que metade dos indivíduos que sofrem de insuficiência cardíaca, um tipo de patologia cardiovascular crónica que ocorre quando o coração perde a capacidade de bombear sangue suficiente, apresentam défice de ferro. Situação esta que agrava o estado dos doentes, isto porque contribui para uma sensação de fadiga persistente e menos energia, inclusive na realização das atividades do dia-a-dia. 

Como tal é "fundamental que todos os doentes com insuficiência cardíaca façam a análise para despiste de deficiência de ferro, com ou sem anemia, não só numa primeira abordagem, mas ao longo do tempo, nas suas análises de rotina, afirma Cândida Fonseca, cardiologista na Clínica de Insuficiência Cardíaca do Hospital São Francisco Xavier, no âmbito do Dia Mundial do Coração.

E acrescenta "corrigindo a deficiência de ferro, é possível diminuir o número de hospitalizações destes doentes e melhorar a sua qualidade de vida, tendendo a aumentar a sobrevida". 

O défice de ferro tem lugar quando “existem reservas baixas de ferro no corpo, podendo ou não haver anemia associada (baixos valores de hemoglobina). É a chamada ferropenia absoluta”.

Porém, “a insuficiência cardíaca é uma doença crónica, que se caracteriza por um processo inflamatório constante que dificulta a utilização do ferro mesmo quando as reservas estão normais. É a chamada ferropenia funcional. Existem outros fatores que muitas vezes este doente reúne e que contribuem também para a deficiência de ferro, com ou sem anemia, como por exemplo, medicação que causa perda de hemoglobina ou outras patologias como doença renal, que por si só também promove o défice de ferro e a anemia”, elucida a médica.

Cerca de 33% dos doentes com insuficiência cardíaca regista défice de ferro e 17% têm défice de ferro e anemia.

ndida Fonseca explica que “no caso da anemia, às baixas reservas de ferro no corpo (deficiência de ferro ou ferropenia absoluta), junta-se a anemia (baixos valores de hemoglobina), quando já não é possível o corpo produzir glóbulos vermelhos em quantidade suficiente. Muitas vezes, a deficiência de ferro acaba por ser o primeiro passo para a anemia, caso a primeira não seja corrigida atempadamente, no caso da IC, com ferro intravenoso, segundo as Recomendações Internacionais”. 

A ‘correção’ é, de acordo com Cândida, exequível e aconselhada, através da toma de medicação com ferro intravenoso.

A deficiência de ferro “deve ser monitorizada através das análises de rotina, que devem ser realizadas, pelo menos, duas vezes por ano”. Sendo este o único modo de detetar eficazmente esse déiice, uma vez que “os sintomas associados, como a palidez, a falta de força, energia ou cansaço extremo, são também os sintomas da própria insuficiência cardíaca, e, por isso, facilmente confundidos”. 

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