Até ao momento não existem evidências de que a nova estirpe - denominada VUI 202012/01 - seja mais mortífera ou provoque formas mais graves da Covid-19, e os sintomas a ter em atenção parecem ser os mesmos.
Porém, os cientistas "estão bastante confiantes" de que o vírus é capaz de se espalhar mais facilmente, com base nos dados disponíveis.
Numa conferência virtual organizada pelo Science Media Centre, o grupo consultivo do Governo britânico para as Ameaças Respiratórias Novas e Emergentes contra o Vírus (Nervtag) revelou o que descobriu até ao momento.
O professor Neil Ferguson, do Imperial College London, disse ao jornal The Sun Online: "há uma sugestão de que esta variante tem uma maior propensão para infectar crianças... mas ainda não estabelecemos qualquer tipo de causalidade, apesar de podermos constatar isso nos dados apurados".
Até agora, as crianças pareciam apresentar um risco significativamente menor de contrair o novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da doença da Covid-19. Sendo que mesmo quando contraiam o novo coronavírus, provou-se ser pouco provável que adoeçam gravemente ou morram como consequência.
De sublinhar que ainda assim, os cientistas não indicaram que a nova estirpe aumenta a severidade da Covid-19 ou risco de morte em jovens.
A professora Wendy Barclay, membro do Grupo Consultivo para as Novas e Emergentes Ameaças ao Vírus Respiratório, e colegas temem que a estirpe mais recente "afete sobretudo as crianças e que seja mais infecciosa para a população em geral".
Segundo Barclay, a nova estirpe poderá ter a capacidade de melhor conectar-se com as células humanas de modo a infetá-las, conseguindo assim fixar-se nas células dos mais novos (o que previamente não acontecia).
Ferguson mencionou ainda que a proporção dos casos de Covid-19 provocados pela variante em menores de 15 anos, comparativamente à original é "significativamente mais elevada".
"Ainda estamos a investigar estes dados e a sua relevância", disse aos jornalistas.