Medicamento previne mecanismo cerebral que provoca Alzheimer

Investigadores testaram, em roedores e macacos, fármaco que modula enzima responsável por formar aglomerados de proteínas no cérebro.

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Notícias ao Minuto
08/03/2021 09:51 ‧ 08/03/2021 por Notícias ao Minuto

Lifestyle

Demência

Cientistas da Universidade da Califórnia em San Diego, e do Hospital Geral de Massachusetts, ambos nos Estados Unidos, segundo reporta um artigo publicado na revista Galileu, descobriram um novo medicamento capaz de prevenir, em roedores e macacos, o mecanismo cerebral que provoca a doença de Alzheimer - aquela que é a forma mais comum de demência e afeta milhões de indivíduos em todo o mundo.

"A doença de Alzheimer é uma condição extraordinariamente complexa e multifacetada que tem, até agora, desafiado o tratamento eficaz, e mais ainda a prevenção", conta Steven L. Wagner, co-autor do estudo, em comunicado.

"As nossas descobertas sugerem uma terapia potencial que pode prevenir um dos elementos-chave da doença", acrescenta. 

As placas amiloides são os elementos patológicos associados ao Alzheimer. Tratam-se de aglomerados de proteínas que se acumulam no cérebro, aniquilando neurónios e provocando a deterioração cognitiva progressiva, um sintoma típico da demência.

Conforme explica a revista Galileu, o fármaco testado em animais tem a capacidade de manipular uma enzima que forma as placas amiloides. Sendo esse o ponto diferencial do medicamento, já que em pesquisas prévias nas quais se tentou conter a enzima, os medicamentos revelaram-se tóxicos. 

A droga farmacológica integra moduladores da enzima γ-secretase, que modificam levemente a atividade dessa substância para que esta produza peptídeos em menor quantidade, que por sua vez formam as placas amiloides.

Durante a realização da experiência, os investigadores inicialmente administraram o medicamento em camundongos e ratos. A partir daí notaram que doses diminutas e repetidas do novo fármaco obliteraram a produção de fragmentos que formam as placas amiloides, sem provocar efeitos secundários perigosos. A medicação revelou ser igualmente segura e eficiente no tratamento de macacos. 

Segundo Rudolph Tanzi, professor de neurologia da Escola de Medicina da Universidade Harvard, o outro co-autor do trabalho: "em ambos os casos, o novo GSM [modulador de enzima] diminuiu a formação de placas e reduziu a inflamação associada à placa, o que parece contribuir para o desenvolvimento da doença [de Alzheimer]". 

Os dados apurados foram divulgados na publicação científica Journal of Experimental Medicine

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