Os 'embriões simulados' foram batizados pelos cientistas de blastoides, fazendo a analogia aos blastocitos - os embriões verdadeiros com uma semana de vida, explica um artigo publicado na revista Nature.
Nessa fase, os embriões apresentam um décimo de milímetro de diâmetro e algumas centenas de células estruturadas em camadas, cujas características os investigadores estão a tentar replicar.
As duas equipas de investigadores envolvidas no projeto, lideradas pelo professor José Polo, da Universidade de Monash, na Austrália, e por Jun Wu, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, adaptaram aquilo que já se sabe acerca da capacidade de transformar células adultas em tipos mais 'primitivos' de modo a cultivar os blastoides.
Tanto o formato como os atributos bioquímicos dos blastoides desenvolvidos por ambas as equipas assemelham-se assim notoriamente a embriões verdadeiros, apesar de ainda estarem patentes algumas diferenças. Nomeadamente, os blastoides integram algumas células com características próprias e originais, que não se encontram nos blastocitos.
De acordo com Martin Johnson, professor emérito de ciências reprodutivas na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, que comentou a pesquisa a pedido da revista Nature: "é improvável que os blastoides tenham potencial pleno de desenvolvimento embrionário".