As marcas de luxo francesas LVMH, Hermès e Chanel anunciaram sexta-feira o encerramento "temporário" das suas lojas na Rússia, país que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro.
"Dadas as circunstâncias atuais na região, a LVMH lamenta anunciar o fecho temporário das suas lojas na Rússia a partir de 06 de março", disse um porta-voz da marca de luxo à AFP. O grupo tem 124 lojas próprias no país.
"Em complemento do apoio à ação do Comité Internacional da Cruz Vermelha", na forma de uma doação de cinco milhões de euros, "o grupo está ao lado dos seus 3.500 funcionários na Rússia e suas famílias", indicou.
Quanto aos colaboradores do grupo na Ucrânia, "o seu salário será mantido e beneficiarão de apoios específicos durante este período, nomeadamente através do programa de apoio financeiro e psicológico LVMH Heart Fund", especificou o porta-voz do grupo, Bernard Arnault.
Ao início do dia, a Chanel tinha anunciado que, tendo em conta as suas "crescentes preocupações com a situação atual, a crescente incerteza e a complexidade em operar", decidiu "suspender temporariamente as suas atividades na Rússia", num comunicado enviado à AFP.
A Chanel tem 17 lojas próprias na Rússia, além de pontos de vendas em grandes lojas, contando com 371 funcionários.
"Não faremos mais entregas na Rússia, fecharemos as nossas lojas e já suspendemos o nosso comércio eletrónico", disse a Chanel.
"A segurança dos nossos funcionários é a nossa prioridade e continuamos ligados às nossas equipas locais que continuaremos a apoiar", garantiu a marca de luxo.
Também hoje, a Hermès, "muito preocupada com a situação atual na Europa", anunciou na sua página do LinkedIn a decisão de fechar "temporariamente" as suas três lojas na Rússia, incluindo uma na célebre galeria Goum, e colocar uma "pausa" em todas as suas atividades comerciais a partir desta noite.
"Vamos continuar a apoiar as nossas equipas no local", disse o grupo, que emprega cerca de 60 pessoas na Rússia.
Embora que na publicação dos resultados, em 18 de fevereiro, a Hermès tenha indicado que planeava abrir uma loja em São Petersburgo este ano, isso agora foi "adiado indefinidamente", especificou a AFP.
Contactadas pela AFP, outras marcas francesas de luxo e cosméticos L'Oréal e Kering escusaram-se a comentar.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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