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Entes queridos "têm certamente lugar no cérebro", diz neurocientista

Quem o diz é o neurocientista alemão Winrich Freiwald, um dos distinguidos este ano com o Prémio António Champalimaud de Visão, atribuído pela Fundação Champalimaud.

Entes queridos "têm certamente lugar no cérebro", diz neurocientista
Notícias ao Minuto

16:15 - 11/09/24 por Lusa

Lifestyle Saúde cerebral

Os entes queridos "têm um lugar especial, talvez no coração", mas "certamente no cérebro", segundo o neurocientista alemão Winrich Freiwald, um dos distinguidos este ano com o Prémio António Champalimaud de Visão, atribuído pela Fundação Champalimaud.

 

Recentemente, Freiwald, da Universidade norte-americana de Rockefeller, descobriu uma área facial no cérebro especializada no reconhecimento de rostos familiares. 

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"Há áreas especializadas nos nossos cérebros que existem para um propósito, e apenas um propósito: reconhecimento facial. Estas áreas são feitas de células que são seletivas para rostos: respondem de forma diferente, normalmente mais, a rostos do que a outros objetos visuais", explicou à Lusa, acrescentando que diferentes áreas faciais processam caras de modo distinto. Por exemplo, células numa área facial são "muito seletivas para a orientação da cabeça", enquanto numa outra são para a identidade do rosto.

"Estas áreas faciais estão ligadas para formar uma rede de processamento facial", sublinhou o neurocientista. Na realidade, segundo Winrich Freiwald, "a forma como o cérebro processa a informação que vem dos olhos sobre o rosto dos outros é surprendentemente simples", apesar de o cérebro e a face dos humanos serem "muito complexos".

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Freiwald usa várias técnicas de trabalho, como imagens de ressonância magnética funcional, particularmente utilizadas para fazer o mapeamento da atividade cerebral, para localizar as áreas faciais. Depois de localizadas, as diferentes áreas faciais no cérebro são objeto de registos eletrofisiológicos que permitem perceber como a informação é processada.

De acordo com Freiwald, o reconhecimento facial "mantém-se resiliente durante um longo período de tempo, provavelmente devido a alguma redundância no sistema". "Mas quando sucumbe à degeneração, e os entes queridos já não podem ser reconhecidos, é, figurativamente falando, uma primeira morte das nossas ligações sociais", acentuou.

Winrich Freiwald admite que a ligação entre a perceção de um rosto e a memória - o reconhecimento de um rosto - acontece numa parte específica do cérebro, onde foi descoberta "uma área facial adicional cheia de células seletivas para pessoas familiares".

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Como interage com o "sistema de memória geral" é uma das questões que estão a ser estudadas pela equipa do neurocientista. "Infelizmente, parte do circuito está localizado na zona do cérebro mais afetada por Alzheimer", doença neurodegenerativa, frisou.

O laboratório que Winrich Freiwald dirige na Universidade de Rockefeller, focado no reconhecimento facial e na atenção, está a procurar, agora, "compreender como o cérebro gera sentimentos e como são alterados na depressão", depois de ter descoberto "uma área no cérebro que processa expressões emocionais" dos rostos percecionados e uma "rede que controla a formação das expressões faciais". Freiwald também quer perceber como pessoas com autismo "têm grande dificuldade em reconhecer expressões emocionais nos rostos de outros".

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O neurocientista alemão espera poder fazer avanços neste campo juntamente com o neurocientista português Miguel Castelo-Branco, da Universidade de Coimbra, que se tem dedicado ao estudo do autismo, uma perturbação do neurodesenvolvimento que se caracteriza, nomeadamente, por dificuldade na interação e comunicação verbal e não verbal e por comportamentos e pensamentos restritos e repetitivos.

"Sei onde o reconhecimento das expressões faciais está a acontecer no cérebro e tenho as ferramentas para compreender como. O meu colega Miguel Castelo-Branco (...) tem ideias de como treinar pessoas com autismo para melhorar o reconhecimento de expressões", disse Winrich Freiwald à Lusa.

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