Estas pessoas são mais propensas a acreditar em boatos

A conclusão é de um estudo da University College London.

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Lusa
04/12/2024 22:54 ‧ há 6 horas por Lusa

Lifestyle

Estudo

Um grupo de investigadores descobriu uma maior tendência para acreditar em notícias falsas e conspirações em pessoas que estão nos extremos da confiança e são demasiado crédulas ou excessivamente desconfiadas.

 

O trabalho, liderado por investigadores da University College London (Reino Unido) e publicado na quarta-feira na revista científica Plos Global Public Health, centra-se num conceito denominado confiança epistémica, que se refere à disponibilidade de uma pessoa para confiar na informação que lhe chega.

Este conceito foi definido por outro investigador de psicologia de este mesmo centro académico, Peter Fonagy.

A alteração da capacidade de confiança epistémica pode prejudicar o funcionamento social saudável de uma pessoa, o que requer uma verificação e atualização rápida e eficaz dos conhecimentos, e levar a distúrbios psicológicos, observaram os autores.

Os cientistas da University College concentraram-se em analisar como a vulnerabilidade gerada pela alteração da confiança epistémica pode afetar a resiliência psicológica de uma pessoa e, de um modo mais geral, o bom funcionamento de uma sociedade.

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Os investigadores realizaram dois estudos para examinar o papel da confiança epistémica no reconhecimento de notícias falsas versus boatos, e a suscetibilidade das pessoas ao pensamento conspirativo.

Mediram dois tipos diferentes de perturbação da confiança epistémica: a desconfiança, que envolve a tendência para rejeitar ou evitar qualquer informação recebida, e a ingenuidade, em que a informação é recebida com ceticismo insuficiente, o que torna o destinatário muito vulnerável à desinformação.

Participaram nos dois estudos um total de 705 e 502 adultos residentes no Reino Unido, respetivamente, respondendo aos questionários que lhes foram enviados pelos investigadores. O estudo foi feito com informação relacionada com as vacinas contra a Covid-19.

Os resultados revelaram que as pessoas com um elevado grau de credulidade diferenciam pouco ou nada diferenciam entre notícias falsas e verdadeiras e são propensas a percecionar os boatos como se fossem informações verdadeiras.

Por sua vez, os investigadores verificaram que as pessoas desconfiadas são mais propensas ao pensamento conspirativo e duvidam de tudo, no caso do tema abordado neste estudo: as vacinas.

Em geral, em ambos os casos, aqueles que sofrem de excessiva desconfiança ou credulidade têm acreditado mais em teorias da conspiração relacionadas com a covid-19 e têm estado indecisos sobre a necessidade de se vacinarem.

"A alarmante propagação de notícias falsas e a quebra da confiança coletiva nas fontes de informação é um dos problemas mais alarmantes e urgentes da saúde pública global na era digital", sublinharam os autores no artigo.

Os investigadores destacaram ainda que se deve trabalhar em intervenções de saúde pública mais eficazes que abordem diretamente a desconfiança e a credulidade das pessoas e tentem revertê-las.

Defenderam ainda a realização de estudos semelhantes noutros países, para ver se as conclusões obtidas neste podem ser extrapoladas.

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