Cinco anos depois de um surto, o HMPV volta a dar que falar. Trata-se de um vírus respiratório, conhecido como metapneumovírus humano, que tem registado um aumento no número de infeções na China nas últimas semanas. Será que existem motivos para um alarme mais generalizado?
A verdade é que as autoridades de Pequim têm desvalorizado a questão. "As infeções respiratórias tendem a atingir o seu pico durante o inverno. Os casos de doença parecem ser menos graves e propagam-se em menor escala do que no ano anterior", explicou, na sexta-feira, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, aqui citado pelo jornal britânico The Independent. O 'fantasma' da pandemia da Covid-19 será uma realidade?
O que é o metapneumovírus humano?
Trata-se de um vírus que pode causar infeções respiratórias em todas as idades. De acordo com Centers for Disease Control and Prevention, dos Estados Unidos, é um vírus da mesma família do vírus sincicial respiratório. Foi identificado pela primeira vez em 2001, nos Países Baixos.
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Quais são os sintomas e como se pode ser infetado?
A pneumologista Caroline Simon explicou ao 'website' HealthShots que os sintomas são comuns ao de uma constipação. É o caso de tosse, febre, espirros, dor de garganta, falta de ar ou erupções cutâneas. Pode ser espalhado por meio de gotículas respiratórias passadas por uma pessoa que esteja infetada.
Existe cura? Como pode ser tratado?
Ao contrário da Covid-19, não existe uma vacina para este vírus. O tratamento é feito com o controlo dos principais sintomas. Em casos mais graves de doença respiratória, poderá levar ao internamento.
Quem corre mais risco?
Bronquite e pneumonia são algumas as consequências mais graves. Desta forma, crianças mais pequenas, idosos e pessoas imunocomprometidas estão entre os grupos de risco. "Certamente pode causar e causa doenças graves, é por isso que acho importante que as pessoas saibam que existe", explica Paul Griffin ao The Guardian.
O que levou a este aumento de casos?
Em declarações ao The Guardian, Jacqueline Stephens, professora de saúde pública, explica que este aumento deve-se ao aparecimento de uma nova tecnologia que o identifica com mais facilidade. "Estamos mais cautelosos com surtos agora. Acabamos por estar mais vigilantes e quando se ouve o termo metapneumovírus humano parece mais assustador."
Devemos estar alerta? Existe risco de uma nova pandemia?
Uma das principais diferenças em relação à Covid-19 é que não se trata de um vírus novo. Assim, existe um nível de imunidade em relação a infeções passadas que podem proteger contra casos mais graves de infeção. "Não acho que estejamos necessariamente preocupados com uma pandemia com este vírus, mas o aumento de casos e o impacto que está a ter são significativos. Certamente não sugiro que voltemos às severas restrições da Covid, mas ficar em casa, praticar boas práticas de tosse e espirro e higienizar as mãos são muito importantes durante o inverno."
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