No início de janeiro, foi identificado um foco de infeção pelo vírus da Gripe Aviária de Alta Patogenicidade (GAAP) numa exploração no concelho de Sintra, em Lisboa. Já esta segunda-feira, a Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA) emitiu um alerta sobre um surto de gripe das aves na região de Lisboa.
Será que é seguro continuar a comer frango ou ovos, mesmo que o animal tenha sido infetado? Donald W. Schaffner, diretor do Department of Food Science, dos Estados Unidos, revelou à Forbes que não existe motivo de preocupação desde que tudo seja bem cozinhado.
"Estudos mostraram que seguir as melhores práticas atuais de cozinha irá tornar inativos os níveis altos desse organismo com uma grande margem de segurança", revela.
"Cozinhe a carne completamente, mas isso já deveria fazer de qualquer maneira. Siga as mesmas regras de manuseio de carne crua e para cozinhar como normalmente faria para prevenir doenças bacterianas, como a salmonella."
Já no caso dos ovos, que muitas vezes acabam por ser consumidos não totalmente cozinhados, será que é idêntico? Neste caso, o melhor é optar por cozinhá-los durante mais uns minutos.
“Certifique-se de que os ovos estejam totalmente cozidos para que as gemas não fiquem moles ou líquidas”, pode ler-se num comunicado do New Hampshire Department of Health and Human Services, dos Estados Unidos, em relação às boas práticas na cozinha relacionadas com a gripe aviária.
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) já tinha deixado algumas considerações sobre este tema. "A maioria dos casos [de infeção] relatados parece ter tido origem no estreito contacto e manipulação de animais infectados, sendo fortes as evidências de que este vírus não se transmite aos humanos através da alimentação."
“Tendo por base o princípio da precaução e dado que há outras doenças das aves, como a salmonelose e a campilobacteriose, que se transmitem aos humanos através carnes pouco cozinhadas, recomenda-se que só se consuma carne de aves e de ovos que durante o seu processo de cozedura tenham atingido os 70ºC, temperatura que garante a destruição do vírus H5N1, assim como de salmonella, campylobacter jejuni e outras bactérias”, continuam.
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