entre junho e setembro do ano passado foram analisados quatro tipos de pães em 10 padarias de cinco distritos da região Norte de Portugal, um projeto que envolveu a Sociedade de Hipertensão, em colaboração com a Associação dos Industriais da Panificação e com o Instituto Ricardo Jorge.
Segundo Mesquita Bastos, presidente da Sociedade de Hipertensão, o pão da generalidade das padarias tem já o teor do sal ligeiramente abaixo do que determina a lei (1,4 gramas por 100 gramas de pão), mas o estudo demonstrou que "é possível descer ainda mais".
"Demonstrámos que foi possível reduzir até às 1,1 gramas sem as pessoas terem notado à partida a redução de teor do sal, com a venda normal e sem alteração de sabor. E não houve impacto negativo", afirmou o responsável em declarações à agência Lusa.
Para o estudo foram analisados pães de cinco padarias que serviam de controlo, tendo-se selecionado outras cinco para fazer uma intervenção com o propósito de reduzir ainda mais o sal na confeção, sem alterar outros elementos.
As padarias escolhidas pertenciam aos distritos de Vila Real, Braga, Viana do Castelo, Porto e Aveiro, tendo sido analisados quatro tipos de pão: carcaça, broa, regueifa e pão da avó.
Dos resultados da intervenção, que serão apresentados hoje no 11º Congresso Português de Hipertensão que decorre em Vilamoura, Mesquita Bastos conclui que é necessário "manter o estímulo de acompanhamento junto das padarias" para que se continue a promover uma redução do sal além do que determina a lei.
O médico cardiologista acredita que é possível que esta redução se faça a nível nacional e lembra o impacto positivo que terá na saúde, uma vez que o pão "é um elemento essencial na alimentação dos portugueses".
Mesquita Bastos congratula-se com o que tem sido feito pela Associação dos Industriais da Panificação, ao promover voluntariamente uma redução de sal que vai além da que está legislada, considerando que outras indústrias devem ver aqui um exemplo a seguir.
A legislação que define um teor máximo de sal no pão está em vigor há mais de seis anos.